O Magazine Luiza anunciou Nesta terça-feira que fará uma oferta pública de ações (OPA) ainda este ano. A operação foi aprovada pelo conselho de administração da empresa e poderá movimentar até R$ 1,9 bilhão. Os recursos deverão ser destinados à abertura de lojas e também à expansão das plataformas digitais de venda.
A companhia tem hoje uma rede de 818 lojas pelo país, mas é a única das grandes varejistas que não está presente no Rio de Janeiro, que deve continuar fora do mapa de expansão da empresa.
Ao participar de evento na Associação Comercial do Rio, Luiza Trajano, a presidente do conselho do Magazine Luiza, foi questionada se os planos de expansão da rede não contemplariam a entrada no mercado do Rio. Segundo ela, por ora, essa possibilidade está descartada, e explicou que sua tia Luiza, fundadora da empresa e hoje com 91 anos, é quem resiste à ideia por causa da falta de segurança.
— Minha tia, quando viajava com empresários do varejo para o Rio, ficou impressionada com a quantidade de roubos de carga, e morre de medo — contou a empresária.
Segundo ela, a prioridade no momento é consolidar a expansão da rede no Nordeste:
— A abertura será concentrada no Nordeste, porque lá compramos uma rede e acabamos de fechar o ciclo onde não havia loja.
Este ano, o Magazine Luiza — que tem sede em Franca, no interior paulista — deve abrir 60 lojas, mesmo número de inaugurações previsto para 2018. Com a expansão das vendas on-line nos últimos anos, praticamente todas as lojas da rede hoje funcionam como minicentros de distribuição, para atender aos clientes que compram pela internet.
Das 24 milhões de ações que serão ofertadas, 75% (17,6 milhões) serão em novas ações ordinárias (oferta primária), e os 25% restantes (6,4 milhões), dos controladores da empresa. Ontem, as ações da rede varejista na Bolsa despencaram 11,85% após a empresa anunciar que fará a oferta pública.
Phillip Soares, da Ativa Corretora, reconhece que o momento é favorável para a empresa ir a mercado, e lembra que a rede varejista hoje é muito bem avaliada pelos investidores.
— A empresa tem tudo para captar o que está almejando — afirma Soares, observando que as ações do Magazine Luiza tiveram valorização de cerca de 1.000% desde o início de 2016.
No primeiro semestre, a receita da varejista atingiu R$ 5,5 bilhões, um incremento de 24,8% sobre as vendas do mesmo período de 2016.
O prazo para a reserva das ações se iniciou nesta terça-feira, e o fechamento da oferta está prevista para ocorrer dia 29.
Transformação digital
Apesar de continuar investindo em lojas físicas, a maior parte dos recursos será usada para acelerar a “transformação digital”. A empresa quer reforçar suas plataformas na internet, investir no desenvolvimento de tecnologia e incorporar start-ups para alavancar as receitas on-line.
Atualmente, cerca de 30% do total de vendas do Magazine Luiza são gerados nos canais digitais — além de site e aplicativos móveis, a empresa tem um marketplace, onde são comercializados produtos de terceiros. Lançado no ano passado, o marketplace da varejista já conta com 500 mil itens oferecidos por 250 parceiros comerciais (empresas que usam a plataforma da rede para comercializar seus produtos).
Outra estratégia é adquirir start-ups que atuam nesse segmento de negócio. Em março, o Magazine Luiza comprou a Integra Commerce, de Minas Gerais, especializada na integração e gestão de lojistas e marketplaces.
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