Para blindar a economia e a indústria nacional contra a crise que atingiu a zona do euro e frear a invasão de capital estrangeiro, a equipe econômica do governo Dilma Rousseff, liderada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, baixou uma série de medidas protecionistas como o controle de capitais, as barreiras às importações e a reserva de mercado.
Entre as práticas do protecionismo nacional, destacam-se o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre veículos importados, a salvaguarda do setor têxtil e vinífero, a sobretaxação dos tênis asiáticos e a limitação às importações de carros mexicanos. Outra medida do Planalto é a utilização do Imposto de Operações Financeiras (IOF) para brecar o que a presidente chamou de “tsunami” cambial.
Insatisfeito com a reedição do protecionismo econômico, o especialista do Instituto Millenium e economista Rodrigo Constantino criticou as ações da equipe econômica do governo Dilma. “Já navegamos por essas águas turvas no passado com consequências nefastas para a economia, afetando principalmente os consumidores.”
Constantino lembra que o protecionismo já levou o Brasil ao atraso em setores estratégicos, no passado. “No caso das reservas de mercado e da lei da informática, o país pagou um preço altíssimo de décadas e décadas perdidas por conta dessa ineficiência.”
O especialista ressaltou a importância da realização de reformas estruturais, capazes de reduzir o Custo Brasil e aumentar a competitividade da indústria nacional. “Temos um manicômio tributário, uma carga excessiva de impostos que precisa ser simplificada.”
Além da reforma tributária, Constantino defendeu a realização de mudanças no setor previdenciário, a flexibilização das leis trabalhistas, o aumento dos investimentos em infra-estrutura e em educação de base. E, apesar de classificar a política de privatizações no setor aéreo como “louvável”, o especialista afirmou que a abertura do setor deveria acontecer de forma mais acelerada.
“manicómio tributário”. Excelente!