Apesar do elevado grau de endividamento das famílias brasileiras, o governo tem adotado a política de ampliação de crédito para estimular a economia. Segundo as estatísticas do economista Simão Silver, da Universidade de São Paulo (USP), as dívidas financeiras representaram 45% da renda anual só em abril.
O especialista do Instituo Millenium e economista Rodrigo Constantino criticou a adoção da política de ampliação do crédito como forma de incentivo ao crescimento econômico: “O governo passou de ousado para irresponsável na tentativa de fomentar uma bolha de crédito à curto prazo. Ao invés disso, deveria haver o corte dos gastos públicos e a realização de reformas para estimular os negócios e os investimentos.”
Outro vilão do orçamento familiar são as dívidas bancárias. Estimativas mostram que, todo mês, mais de um quinto da renda das famílias é destinada ao pagamento de compromissos bancários. Além de comprometer as despesas com educação, habitação, transporte, saúde e alimentação, o excesso de endividamento contribui para o aumento da inadimplência. Em março, 7,4% dos financiamentos para pessoas físicas tiveram atrasos acima de 90 dias, o equivalente a R$ 38,85 bilhões.
A situação é ainda mais grave para os integrantes da Classe C. Cálculos do Banco Pine revelam que as pessoas com renda mensal entre 2,5 e cinco salários mínimos têm um nível médio de endividamento de 60% da renda anual.
Fonte: O Globo
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