De um lado está o brasileiro, insatisfeito com a complexidade e mau uso dos impostos; do outro, o governo, que aposta na recriação da CPMF e na elevação de outros impostos para equilibrar o rombo provocado nos cofres públicos. Diante disso, algumas questões, que não avançam no país, ganham ainda mais força: Pagamos muitos impostos? O governo tem legitimidade para administrar o que arrecada?
Na opinião do cientista político e especialista do Instituto Millenium, Murillo de Aragão, o X da questão não está no montante arrecadado. “Nós temos uma carga tributária razoável se comparada com outras sociedades. Mas temos dois problemas graves: a prestação de serviços não é adequada, o cidadão não recebe a devida assistência do Estado e o sistema de impostos é muito desorganizado, ele pune o contribuinte pela complexidade”.
Apesar de achar que o momento não é o mais oportuno para a aprovação de propostas, devido à fragmentação partidária do Congresso, a repercussão da operação Lava Jato e a incapacidade do poder Executivo, Murillo acredita que a solução para o problema dos impostos passa pela mobilização da população para a aprovação de leis. “É torcer para que a sociedade acorde e participe com mais intensidade do debate sobre a questão tributária e fiscal”, conclui.
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