As mulheres representam 49% dos empreendedores iniciais no Brasil, segundo dados do Global Entrepreneurship Monitor (GEM 2015). Elas são conhecidas por serem melhores chefes, mais organizadas e até melhorarem o resultado. Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, separamos dez histórias de mulheres incríveis que são exemplos de empreendedorismo. Confira abaixo:
Catarina Mina
Qualquer e-commerce hoje traz informações como descrição do produto, medidas, características importantes e preço. Na loja virtual da Catarina Mina, marca cearense de bolsas e acessórios, o consumidor encontra muito mais. Todos os custos, fixos ou não, exigidos para que o produto chegue até o cliente estão especificados.
Assim, é possível saber que para fazer uma bolsa de R$ 279 é preciso R$ 35,04 de matéria-prima, R$ 11,31 de encargos trabalhistas, R$ 45,95 de mão de obra e mais custos que somam R$ 263,99. A ideia veio da designer à frente da empresa Celina Cavalcante Hissa, 31 anos.
Ela queria propor uma “conversa sincera” com o mercado e resolveu mostrar cada centavo por trás da produção. As peças são produzidas por artesãs e cooperativas de artesanato em Fortaleza e Itaitinga, no Ceará. “Desde a criação, a gente trabalha em parceira com as artesãs. Este é um processo mais lento, ela tem que se dedicar e desenvolver uma receita. Por isso, o fazer artesanal fica restrito a poucas comunidades e isso se dá por uma questão financeira. A nossa tentativa é incentivar financeiramente”, diz.
Mazé Doces
Aos 44 anos, Maria José de Lima Freitas, a Mazé, conseguiu transformar uma cidade de 15 mil habitantes em ponto turístico, graças aos seus doces. “O primeiro tacho surgiu em 1999, a partir da necessidade de prover a família”, diz. Mazé perdeu o emprego de faxineira em um banco e, depois de mais de um ano buscando trabalho, resolveu vender doces. “Fiz um doce de amendoim e coloquei para vender. Ganhei R$ 20 e comecei meu negócio. Meu pai me falava que doce não dava dinheiro. Mas, eu tinha dívidas para pagar, dois filhos para sustentar e um sonho para realizar”, diz.
Hoje, produz mais de uma centena de toneladas ao ano na fábrica com 25 funcionários e fatura R$ 1 milhão. Entre frutas cristalizadas, como figo com nozes, e compotas, como a de jabuticaba, a Mazé Doces trabalha com mais de 200 produtos, sempre respeitando o melhor período do ano para cada item. “A fruta tem que estar em período de abundância.”
Ju Amora
Empreender para ser feliz. Este é o propósito de muita gente que começa um negócio hoje em dia. Foi para isso que a atriz Juliana Amorim, 29 anos, largou os palcos para mergulhar em pincéis, tintas e banquetas. Em 2013, Juliana criou o ateliê Ju Amora, que faz pequenos bancos pintados à mão. “Quando eu comecei, foi uma coisa muito intuitiva. Parti da pergunta do que seria bom para mim e eu gostaria de ter. Este foi o ponto principal para achar um produto”, diz Juliana.
De maneira improvisada, em 2012, a empreendedora investiu R$ 200 e começou a produzir e sentir a resposta do público. Em 2013, o hobby virou um negócio de fato. Hoje, a Ju Amora compra as banquetas em um fornecedor de madeiras ecológicas do sul do país e faz a parte artística. Com preço médio de R$ 200, a marca vende cerca de 50 unidades por mês na loja online. Além dos móveis, Ju resolveu criar oficinas para crianças, como uma nova forma de receita.
Pink Cheeks
As amigas Corina Cunha, 37 anos, Gisele Violin, e Renata Chaim, ambas com 36 anos, começaram a correr juntas em 2009. Em pouco tempo, estavam em corridas de rua e começaram a sentir na pele os efeitos do esporte intenso no corpo. Pele queimada de sol, cabelos embaraçados e assaduras são comuns em quem pratica esporte como corrida e natação. Corina usou então sua experiência de farmacêutica, com 15 anos na área de cosméticos, para fazer alguns produtos para Gisele e Renata.
A brincadeira começou a ficar séria em 2013. “A gente achava a ideia boa, mas nunca tinha pensado grande”, diz Renata, publicitária que ficou encarregada da identidade visual de Pink Cheeks. Neste ano, elas se preparam para um faturamento de R$ 2 milhões de reais, com capacidade de produção de até 1,2 tonelada por dia de 16 produtos.
Avatim
A missão de criar três filhos após o divórcio não impediu que Mônica Burgos decidisse largar a advocacia e mudar de carreira. Aos 30 anos, a baiana foi para o Rio de Janeiro para estudar moda, voltou para seu estado e fundou a Avatim, rede de franquias que planeja faturar R$ 40 milhões em 2015.
Natural de Itabuna, Mônica trabalhou oito anos como advogada antes de se mudar para a capital carioca com os três filhos. Foi quando conheceu os aromatizantes de ambiente. “Vi uma lacuna no mercado que era o de aromas que marcassem a identidade das lojas”, diz a empreendedora. Hoje, com 52 franquias e seis lojas próprias, a meta da empresária é quase triplicar o número de unidades nos próximos anos. “Pretendemos chegar a 150 lojas até o fim de 2017”.
Think Eva
Há dois anos a jornalista Juliana de Faria, de 30 anos, criou o “Think Olga”, um site que tem como objetivo trazer à tona discussões sobre o feminismo. Em fevereiro deste ano, na companhia da também jornalista Maíra Liguori e da publicitária Nana Lima, de 34 e 31 anos, respectivamente, Juliana deu início a uma nova fase do seu envolvimento com o público feminino, criando a Think Eva.
Trata-se de uma consultoria que busca construir e fortalecer a comunicação entre empresas e marcas com as mulheres. A discussão sobre o tema nunca esteve tão em alta. “É um ótimo momento para ser feminista e falar da nossa causa”, afirma Juliana.
Agrosmart
A mineira Mariana Vasconcelos, 23 anos, deu um grande passo para ajudar na economia de água. Ela desenvolveu uma tecnologia, chamada de Agrosmart, para tornar as irrigações nas plantações mais inteligentes. A inovação é composta por um conjunto de sensores e um aplicativo. Os sensores, espalhados por pontos estratégicos de uma plantação, medem alguns dados, como a umidade no solo, a presença de pragas e informações meteorológicas, como temperatura ambiente.
As informações são enviadas em tempo real para um sistema em nuvem e processadas por um algoritmo especial. Segundo Mariana, a tecnologia pode resultar em uma economia de até 60% de água numa plantação. É um número expressivo, ainda mais quando se leva em conta o consumo de água na agropecuária. De acordo com informações da Agência Nacional de Água (ANA), o setor consome 70% da água limpa do país. A empresa rendeu prêmios a Mariana, que foi estudar Singularity University, da Nasa.
Mental Clean
Com a missão de diminuir a pressão dos funcionários que trabalham demais, a psicóloga Fátima Macedo abriu a Mental Clean, consultoria que realiza análises psicológicas no ambiente empresarial. Fundada em 2004, a empresa fatura R$ 2,4 milhões por ano, atendendo clientes como Unilever, Vale e Metrô de São Paulo.
A relação de Fátima com a psicologia começou cedo. Ainda jovem, viu sua família passar por um penoso processo: os médicos e especialistas demoraram anos para diagnosticar que a irmã de Fátima sofria de bipolaridade. “Isso mudou o rumo da minha vida”, diz. Interessada em pacientes que sofriam com problemas psicológicos em decorrência dos seus ambientes de trabalho, a empreendedora criou uma empresa nesta área.
Além de tratar casos de pessoas que sofreram acidentes de trabalho ou traumas como assaltos e sequestros, a Mental Clean também atua em mais duas áreas: tratamento de dependentes químicos e teste de drogas. Com isso, a empresa, que possui mais de 600 psicólogos credenciados em todo o Brasil, atende mensalmente cerca de 30 mil pessoas. O retorno financeiro tem sido positivo: faturamento médio anual de R$ 2,4 milhões.
Moove Bikes
Um dos mercados que mais cresceram nos últimos anos foi o de food trucks. Depois do sucesso que os restaurantes sobre rodas fizeram, novas opções similares começaram a surgir, abrindo as portas para um nicho com grande potencial. Uma delas foi o food bike, empreendimento que abrange bicicletas e triciclos adaptados para vendas no setor de alimentação.
Mas, assim como as vans e caminhões precisam de reparos para armazenar os alimentos com qualidade, a regra também vale para as bikes estilizadas. Foi percebendo esta oportunidade que Mery Lunelli começou sua história no empreendedorismo com a Moove Bikes.
Com quatro categorias (cargueiras, space, space gourmet e triciclo motorizado), a empresa já produziu cerca de 60 bicicletas. Os projetos custam de R$ 3.600 a R$ 35 mil e a empresa fatura entre R$ 150 mil e R$ 200 mil por mês.
Insecta Shoes
No fim de 2013, duas amigas apaixonadas por moda que moravam em Porto Alegre decidiram juntar seus negócios e criar um novo produto mais sustentável. Pamella Magpali, 26 anos, trazia sua experiência com uma marca própria que produzia calçados com excesso de couro da indústria e Babi Mattivy, 30, tinha várias roupas com lindas estampas no estoque do seu brechó.
Juntas, elas decidiram utilizar os tecidos do brechó para criar sapatos artesanais que seriam vendidos pela internet. Em algumas semanas, fizeram 20 pares “que venderam super rápido”, diz Babi. A dupla percebeu então que aquela ideia tinha público e, com um investimento inicial de R$ 20 mil, nasceu a Insecta Shoes.
A Insecta trabalha com numerações que vão do 33 ao 45 para adultos e do 20 ao 32 na linha infantil. Todos os modelos da coleção atual podem ser conferidos no site da loja, que faz entregas para o mundo todo. Em fevereiro, foi aberta a primeira loja física, na rua Arthur de Azevedo, no bairro de Pinheiros, em São Paulo.
Fonte: Revista “Pequenas empresas & grandes negócios”.
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