“Ou vocês aceitam os nossos termos ou caem fora!” Em resumo, foi isso que os líderes da União Européia, encabeçados pela Alemanha, disseram a Alexis Tsipras e sua trupe de marxistas bobocas, que se acham mais espertos que todo mundo.
O Parlamento grego tem até quarta-feira para aprovar (ou não) as novas medidas de austeridade impostas pela União Europeia, se não quiser ver seu país ir à bancarrota, com todas as conseqüências econômicas e sociais que isso acarretaria.
[su_quote]Tsipras jogou todas as sua fichas num grande blefe[/su_quote]
É uma escolha terrível para Tsipras e seu séquito. As condições impostas para um novo resgate da dívida grega são duríssimas, muito mais até que as anteriormente recusadas no plebiscito do último dia 05.
Haveria aumentos de impostos, reforma no sistema de pensões, privatizações em massa de empresas estatais e cortes profundos de gastos públicos, tudo isso supervisionado pela famigerada “Troika”, que inclui o Banco Central Europeu, a Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional.
É claro que o parlamento grego ainda pode recusar a proposta, mas a alternativa será, provavelmente, um mergulho no caos. Isso porque Tsipras, como bom amador que é, jogou todas as sua fichas num grande blefe, sem pensar num plano alternativo, sem nem mesmo ter uma carta na manga, caso o “adversário” pagasse para ver suas cartas.
Como não houve qualquer planejamento para uma eventual saída do Euro, demoraria semanas para que uma nova moeda pudesse ser colocada em circulação com alguma eficácia e segurança. Por outro lado, não dá para manter os bancos fechados por muito mais tempo, sem que se provoque um colapso econômico de grandes proporções.
O blefe de Tsipras falhou porque alguns membros da Zona Euro simplesmente deixaram de se importar caso a Grécia deixe o bloco monetário. Como resumiu Larry Elliot para o jornal esquerdista britânico “The Guardian”, Alemanha e demais países da linha dura do Norte da Europa deixaram claro que eles não confiam mais nas promessas das lideranças gregas. Confrontados com as suas próprias pressões políticas internas, aqueles países gostariam de manter o bloco coeso e intacto, mas não a qualquer preço.
Isso fica muito claro quando se olha para a exigência, não incluída na proposta anterior, de que, a título de garantia, Atenas entregue € 50 bilhões em ativos para um fundo, a ser administrado pelo FMI, a fim de que sejam privatizados ao longo do tempo. Como Tsipras vai justificar esse “entreguismo das riquezas do povo grego”, ninguém sabe…
Mas quem melhor resumiu os recentes embates na Europa foi João Pereira Coutinho, em sua coluna na Folha de São Paulo:
“Por agora, o “caso grego” apenas oferece uma lição aos pequenos “che guevaras” que gostam de brincar de política com a vida de milhões de seres humanos: ocultar a realidade com mentiras e soberba é o primeiro passo para que a realidade nos esmague sem perdão.”
Sábias palavras!
Fonte: Instituto Liberal, 13/07/2015.
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