O ano de 2009 foi um ano longo, de muitos desafios. Ele, certamente, entrará para a memória de todos os brasileiros, por ter sido um dos períodos mais atípicos da nossa economia. Em 12 meses, enfrentamos incertezas, vivenciamos momentos de tensão, mas encerramos o ano com a certeza de que 2010 será melhor, motivados pelo bom desempenho da economia nos últimos meses.
Conseguimos passar pela crise e ainda servir de exemplo para outras nações graças à política econômica ortodoxa, que evitou a excessiva alavancagem do sistema financeiro e permitiu a rápida adoção de medidas para o estímulo ao consumo, fundamentais para o enfrentamento da situação de instabilidade econômica que o mundo vivenciava. Nossa situação econômica e financeira, neste momento, só não é melhor em razão da reduzida demanda e da crescente concorrência do mercado global, que impacta fortemente as exportações de manufaturados brasileiros.
Frente aos olhos do mundo, nos tornamos a bola da vez. Conquistamos, inclusive, a posição de anfitriões da Copa do Mundo e da Olimpíada. Temos, portanto, motivos para comemorar. Mas é preciso ter a clara consciência de que o país tem ainda uma longa caminhada rumo ao desenvolvimento sustentado.
Precisamos ampliar os níveis de investimentos – que se revertem em mais empregos e renda – para patamares superiores a 25% de participação no PIB. Isso porque a prosperidade de um país é definida pelo seu nível de investimento, gerado pela poupança pública e privada. No Brasil, o patamar de investimentos ainda é insuficiente pela baixa poupança pública. Precisamos recuperar praticamente 20 anos de investimentos insuficientes para atender a atual demanda de infraestrutura. Como a carga tributária já é extremamente elevada, existe apenas uma saída para elevar os investimentos públicos: melhorar a sua gestão, fazendo mais com menos.
Sabemos que, às vésperas de um ano eleitoral, os grandes debates tendem a perder espaço para decisões de curto prazo, voltadas para objetivos imediatistas, um comportamento acentuado pela crise mundial, que exigiu respostas rápidas. Mas a responsabilidade pelo futuro do país é de todos. E começa pela melhoria da qualidade da educação, que precisa se tornar, cada vez mais, a prioridade máxima da sociedade brasileira. Não basta que os pais mandem seus filhos para a escola. É preciso que participem e se envolvam no processo de aprendizado. Práticas de gestão eficientes na administração e nas escolas e o imprescindível envolvimento dos pais, em favor da formação adequada de seus filhos, podem mudar o nosso futuro. Para melhor.
(Zero Hora, 27/12/2009)
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