Menos de uma semana depois de a presidente-candidata Dilma Rousseff (PT) participar de um ato de campanha na Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), o governo anunciou nesta quarta-feira aumento de 200% no limite do crédito para jovens do campo. No encontro na Contag, Dilma se comprometera com treze pontos elaborados pela entidade para fortalecer a agricultura familiar. O documento pedia maior ênfase nas políticas para a juventude do campo. O limite para tomada de financiamento do chamado Pronaf Jovem saltou de 15.000 reais para 45.000 reais.
O anúncio foi feito pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, que ampliou o acesso de jovens entre 16 e 29 anos ao programa. Os jovens agora poderão tomar até três empréstimos por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para a safra 2014/2015. Foi a segunda ação do governo na área da agricultura familiar nos últimos dias. Na primeira, na semana passada, ele divulgou a liberação de 93.700 hectares para a reforma agrária em nove Estados. O volume de terra autorizado para assentamentos equivale a 30% do total liberado pelo governo em todo o ano de 2013.
Perguntado sobre o número de jovens que devem ser beneficiados pela medida e o valor total de desembolsos do Pronaf Jovem, o ministério informou que não há previsão de demanda. “Não há limite de acesso por linha crédito do Pronaf. O crédito é liberado conforme a demanda dos jovens”, disse o ministério em nota.
Quanto ao fato de o anúncio ser feito exatamente a um mês das eleições, o MDA afirmou que a comunicação do novo patamar de crédito foi realizada “para deixar mais clara” a ampliação do financiamento federal. Na nota, a pasta argumentou apenas que o programa existe desde 2003 e que o limite de crédito constava do Pronaf anunciado em maio, quando o governo apresentou o orçamento de 24,1 bilhões de reais para o Pronaf entre 2014 e 2015.
O presidente da Contag, Alberto Broch, afirma que a ampliação do acesso ao crédito era esperada desde maio, mas somente agora o governo comunicou formalmente o aumento no limite de crédito – cujas regras foram mantidas. Broch nega, porém, que a ação às vésperas da eleição tenha cunho eleitoral.
Fonte: Veja.
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