Na quarta-feira, 5, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) deve dar continuidade a um ciclo de oito cortes na taxa básica de juros e reduzir a Selic em 0,25 ponto percentual, para 2,25% ao ano. É o menor patamar da história.
A menor rentabilidade da renda fixa está levando centenas de milhares de novos investidores para a bolsa de valores. De 2017 a 2019, o número de investidores no mercado de ações passou de 500.000 para 1,3 milhão. Somente em 2020, outros 500.000 entraram no mercado, apesar da pandemia da covid-19, em busca de construir um patrimônio para se aposentar com qualidade de vida.
Neste mês, com mais uma redução da taxa de juros, um novo contingente de brasileiros deve chegar à B3. Mas eles estão realmente preparados para entrar no mercado de ações?
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O que diferencia um investidor bem-sucedido de um investidor frustrado é bastante simples: conhecimento. O investidor precisa saber quais são seus objetivos e conhecer bem cada tipo de investimento, diz André Bona, professor da disciplina de alocação de ativos da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), da EXAME Academy – o braço de educação da EXAME – e parceiro de conteúdo do banco BTG Pactual digital.
Bona está lançando neste mês uma nova turma do seu curso Manual do Investidor, que ensina o beabá das aplicações disponíveis no mercado financeiro. Conheça abaixo quais são as qualidades fundamentais de um investidor de sucesso, segundo Bona.
1 – Ter um objetivo
O que determina se um investidor teve êxito ou não nas suas aplicações não é o dinheiro acumulado, mas sim alcançar seus objetivos. “O alvo não pode ser juntar milhares ou milhões, mas sim um alvo real, como comprar uma casa, ter uma aposentadoria, custear estudo dos filhos”, diz o educador financeiro. Assim, o investidor deve estabelecer para quê está juntando e aplicando o dinheiro antes mesmo de começar. Como os investimentos podem ter prazos de retorno diferentes, entender seus objetivos ajuda a casar melhor as opções existentes com suas metas.
2 – Saber que não existe carteira ideal
Assim como cada pessoa é diferente, os objetivos de vida também serão e, assim, também será distinta a carteira ideal para cada investidor. Um investidor iniciante pode acreditar que há uma carteira modelo pronta, mas não há respostas padronizadas para perguntas como qual é a participação que as ações precisam ter na carteira, por exemplo. Não há um número mágico, e quem determina esse tipo de informação é a vida do investidor e suas necessidades.
“Quando uma pessoa decide investir pensando nas suas necessidades, dificilmente vai cair na armadilha de vender ações antes da hora por conta de uma queda pontual ou vai ficar sem dinheiro em uma crise”, afirma Bona. Conhecer seu próprio perfil e necessidades ajuda o investidor a ter mais confiança em suas aplicações e o impede de seguir cegamente o mercado. Além disso, também evita que a pessoa troque muitas vezes de investimento, perdendo assim dinheiro com imposto e com as taxas de administração.
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3 – Conhecer as opções de investimentos
Depois de entender melhor o próprio perfil e os próprios objetivos, é hora de se informar sobre cada tipo de investimento. Mais do que olhar apenas as taxas e o rendimento passado, é importante compreender qual é a base e como funciona cada investimento. “Um investidor novato acredita que pode adivinhar qual será a aplicação ou ação que terá a maior rentabilidade no ano que vem. Mas isso não é investimento, é aposta”, afirma o educador. Além de ser uma maneira não aconselhada para investir, também pode causar preocupações ou ansiedade quando a carteira não atende às expectativas de rentabilidade ou em momentos de instabilidade, como uma crise econômica.
4 – Continuar poupando
Um erro comum dos investidores novatos é focar muito na rentabilidade da carteira e esquecer de continuar poupando. A vida financeira se divide em dois tempos: a fase de acumular capital e a fase de usufruir dos investimentos. Os mais jovens, que estão na fase de acumular os recursos, não podem se esquecer de sempre guardar uma parte da renda para investimentos, o que é fundamental para atingir os objetivos financeiros. “Não dá para transformar 10 mil reais em 2 milhões de reais sem continuar poupando e alimentando a carteira, essa é uma expectativa irreal”, diz Bona.
Assim, entender seus objetivos, saber escolher os produtos adequados e personalizados e manter a disciplina de poupar e investir são as principais características que definem um investidor de sucesso.
Fonte: “EXAME”