A parceria entre startups e grandes empresas é uma das tendências do mercado brasileiro. Nessa relação, as startups conseguem auxílio para crescer, enquanto as grandes empresas podem contar com a ajuda destes pequenos negócios para inovar.
Esta relação foi o tema do painel “Startups e a conexão com grandes empresas”, realizado nesta quarta-feira (28/6), durante o terceiro dia do 7º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria, evento realizado pelo Sebrae e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A conversa contou com Alexander Idrisov, CEO do Instituto de Competitividade Eurasia; Heloísa Menezes, diretora técnica do Sebrae; Antônio Marcon, gerente de pesquisa e desenvolvimento da Samsung Brasil; Franklin Luzes Junior, COO da Microsoft Participações; e Rafael Ribeiro, executivo da Associação Brasileira de Startups (ABStartups). O mediador do bate-papo foi mediado por Ricardo Felizzola, CEO da Parit.
Durante o painel, os participantes deram dicas para startups e grandes empresas crescerem e inovarem juntas. Eles também falaram sobre iniciativas de companhias maiores que têm o objetivo de fortalecer o ecossistema empreendedor brasileiro. Confira:
1. Startups devem resolver problemas reais
De acordo com Luzes Junior, para chamar a atenção de grandes negócios dispostos a apoiar ou até mesmo comprar sua solução, antes de tudo as startups devem resolver problemas reais. “Muitas vezes os empreendedores criam protótipos pelo prazer de programar, mas não pensam na utilidade do que estão criando. No entanto, gerar valor, seja para o cliente ou para uma grande empresa, é essencial para o sucesso do negócio”, afirma.
2. Capriche no boca a boca
Também segundo Luzes Junior, apesar da popularização da internet e das mídias sociais, a melhor forma de promover seu negócio ainda é a recomendação de um cliente para pessoas próximas. “Uma startup precisa ser boa o bastante para seus clientes divulgarem seu produto ou serviço para outras pessoas. O ‘boca a boca’ é eficaz e a forma mais barata de fazer a promoção do negócio, o que é essencial para quem está começando e não tem dinheiro.”
3. Empresas grandes precisam ser menos burocráticas
Já o russo Alexander Idrisov orientou grandes empresas que buscam inovação e veem na parceria com startups a melhor alternativa para serem disruptivas. Segundo ele, as grandes empresas têm estruturas muito burocráticas e processos de tomada de decisão lentos. “Companhias perdem oportunidades por serem lentas. Neste mundo, em que tudo acontece tão rapidamente, processos devem ser mais enxutos”, diz.
4. Aposte em maluquices
Outro conselho de Idrisov para grandes empresas é a aposta em ideias que sejam tão disruptivas que parecem maluquices, segundo ele, e que não necessariamente tenham a ver com o foco de atuação do negócio. “É preciso se renovar para sobreviver e pode ser que um negócio maluco mostre o caminho que você precisa seguir para ter mais longevidade”, afirma o russo.
5. Cuidado com a “Síndrome da Kodak”
Heloísa Menezes, do Sebrae, ressaltou a importância da parceria entre startups e grandes empresas: enquanto as primeiras encontram em parcerias uma oportunidade para se capacitarem e custear suas despesas, as segundas encontram grandes aliadas para inovar no negócio.
“Hoje, o sucesso é muito efêmero. Empresas grandes em outros tempos que não se adaptarem ficarão para trás. Deve-se ter cuidado com a ‘Síndrome da Kodak’, uma empresa que não enxergou a mudança e quebrou. Grandes negócios devem pensar na cooperação e eventualmente na compra de startups para satisfazer sua necessidade permanente de renovação”, diz.
Iniciativas de incentivo para startups
Em sua fala, Luzes Junior falou sobre iniciativas da Microsoft para fomentar a educação empreendedora e o setor de startups no Brasil. “Criamos uma iniciativa chamada ‘Eu posso programar’, com o objetivo de ensinar crianças a fazer programação. Temos há alguns anos a Imagine Cup, uma competição de empreendedorismo para estudantes. Além disso, lideramos o BRStartups, um fundo de investimentos para empreendedores iniciantes.”
Antônio Marcon, da Samsung, falou sobre o Creative Startups, programa feito em parceria com a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) que acelera e apoia startups inovadoras.
Já Rafael Ribeiro, da ABStartups, falou de dois projetos da associação: o Pitch Gov, que conectou startups ao governo do estado de São Paulo, e o Pitch Corporate, que une pequenos negócios de base tecnológica a grandes empresas. “Nós descobrimos as ‘dores’ das grandes companhias e mostramos que startups podem resolver esses problemas”, afirma.
Fonte: “Pequenas empresas e grandes negócios”.
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