Períodos complexos e dolorosos, como a pandemia que estamos vivendo, podem ser berço para inovações. É o que conta o artigo de Mark Minevich, especialista em tecnologia e IA, no portal Entrepreneur. Ele mostra como startups auxiliam no combate ao coronavírus apoiando-se nessa área.
Ainda em dezembro de 2019, a BluDot, empresa que rastreia a disseminação de doenças infecciosas usando inteligência artificial, informou aos seus usuários a ocorrência de casos de pneumonia em Wuhan, na China – antes de a Organização Mundial da Saúde anunciar a descoberta do novo coronavírus.
Ahmer Inam, diretor de inteligência artificial da Pactera Edge, fala do potencial da IA para ajudar a área médica a se antecipar ao vírus à medida que ele evolui. Na Índia, o Covid-19 Contact Tracing App, ou o aplicativo Rastreador de Contatos de Covid-19, usa Bluetooth de celulares e sistemas de GPS para alertar usuários que há casos de infecção pelo coronavírus na vizinhança.
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Apesar da familiaridade com tecnologia, esses empreendimentos encontram desafios. Alguns deles são familiares, como a dificuldades de implementação de novas soluções e de previsão do tempo que o retorno do investimento levará. Além disso, há questões comuns a qualquer tentativa de mudança, como barreiras culturais ou falta de adesão dos líderes – etapa necessária para a alocação adequada dos recursos que suportem a inovação.
Mas o que podemos aprender com os empreendedores que se adaptaram ao coronavírus apostando em tecnologia? Para Mark Minevich, há cinco lições – e todas ajudam a posicionar seu negócio como referência em inovação durante uma crise.
1. Colha menos dados
Superar desafios de implementação deve ser o foco principal dos empreendedores, que precisam determinar como obter os melhores resultados tendo acesso à menor quantidade de dados de clientes possível. Uma maneira de fazer isso é explorar quais dados são comuns entre os clientes e focar na racionalização disso.
2. Escute para definir o “normal”
É possível obter ideias para inovar consultando seus clientes – afinal, os produtos e serviços são inevitavelmente desenvolvidos para atender às necessidades deles.
Converse com o seu público para descobrir quais são suas preocupações mais frequentes e como enxergam a realidade agora. Ainda que todos nós sejamos bombardeados de incertezas e colocações vagas – “tempos sem precedentes” ou “futuro incerto” -, as preocupações são concretas, como saúde e renda da empresa ou da família.
Em uma conversa individual, ouça as preocupações e a partir delas percebe onde as soluções de IA podem ajudar. À medida que seu público define o “novo normal”, você pode alterar suas ofertas para corresponder às prioridades do mercado.
3. Concentre-se em um problema por vez
A dica anterior não significa que você deva adotar uma mentalidade de salvador e tentar resolver todas as preocupações de seus clientes. Colocar muitas variáveis na equação impede a implementação rápida de soluções. Comece identificando um único e significativo problema que pode ser resolvido – com a sensibilidade que o contexto de pandemia pede.
Também não caia na armadilha de promover soluções baseadas em IA apenas como uma maneira de aumentar o preço do serviço ou produto. O objetivo, que é fornecer rapidamente soluções de IA e apresentar o valor dessa tecnologia, não deve ser perdido de vista.
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4. Faça a diferença
Segundo o Fórum Econômico Mundial, empreendedores sociais ajudaram quase 622 milhões de pessoas nos últimos 20 anos, melhorando vidas, fornecendo soluções inovadoras para questões sempre presentes (como acesso à saúde, saneamento, educação e energia).
Quais são os problemas que você vê diante dos mais vulneráveis? Desses, quais não serão resolvidos por meio de simples ação governamental? Concentre-se neles para fazer a diferença.
5. Tenha proatividade e resiliência
As soluções de inteligência artificial implementadas em resposta ao coronavírus mostram o motivo pelo qual empreendedores ocupam posição de resiliência importante no combate à pandemia.
Aqueles que prosperam adotam uma abordagem proativa e resiliente – em oposição à simples reação. Empreendedores, grandes corporações e a sociedade em geral não podem se dar ao luxo de usar inseguranças atuais sobre um futuro desconhecido como uma desculpa para ser simplesmente reativo – em vez de proativo.
Uma dica é se concentrar menos nos inibidores imediatos – como cadeias de suprimentos que foram interrompidas e fluxo de caixa – , e mais em oportunidades de mercado – sem perder de vista possíveis vitórias a longo prazo.
A mentalidade proativa e empreendedora é justamente aquela que procurar novas maneiras de operar em “tempos difíceis”. Aqueles que conseguem inovar são mais propensos a ter sucesso.
Fonte: “Pequenas Empresas Grandes Negócios”