Quando lançado, em 2011, o livro “A startup enxuta” se transformou em uma das maiores fontes de conhecimento de gestão em startups de tecnologia. Alguns dos conceitos expostos no trabalho se tornaram mantras para empreendedores iniciantes.
Em novembro, o autor do trabalho, o americano Eric Ries, estará no Brasil. Ele será um dos palestrantes do HSM ExpoManagement, que ocorre entre 9 e 11 de novembro, em São Paulo.
Em entrevista exclusiva a “Pequenas Empresas & Grandes Negócios”, Ries falou sobre alguns dos conceitos do livro e deu dicas para quem quer ter a própria startup.
1. Startups são experiências
Ries afirma que startups não têm a obrigação de dar certo. Elas são experiências e é difícil saber o que acontecerá no futuro. “Deve-se trabalhar da mesma forma que um cientista, baseando-se em informações concretas para tomar as melhores atitudes possíveis.”
2. Os clientes são fundamentais
Como o objetivo de qualquer empresa é oferecer o produto ou serviço ideal para seus clientes, as informações mais valiosas usadas pelos empreendedores vêm exatamente deles. Sem essa validação, fica difícil conseguir o sucesso, até porque nenhum negócio vai longe se não houver compradores.
3. Cuidado com a busca pela perfeição
Vale ressaltar que o desejo de satisfazer os consumidores não pode atrasar o desenvolvimento de seu produto. No mercado de startups, essa demora pode fazer com que surja algum concorrente, ou que simplesmente o dinheiro acabe. “Ir devagar é muito perigoso”, diz Ries. O americano também diz que a busca pela perfeição pode ser apenas uma justificativa para atrasos.
4. Faça feedbacks cíclicos
Para que o lançamento de uma empresa não demore demais, Ries defende o lançamento de produtos viáveis mínimos (ou MVPs), que são a versão mais simples de um produto que pode ser lançada com a quantidade mínima de esforço e o menor tempo de desenvolvimento possível.
Depois do lançamento do MVP, o empreendedor deve trabalhar no aperfeiçoamento do produto. “Você deve criar seu projeto, medir os resultados obtidos e aprender com o que foi bom e ruim”, diz Ries. Essa metodologia se tornou conhecida como o “ciclo de feedback CMA” no Brasil.
5. “Pivote”
Se seus clientes desejam um produto muito diferente do inicialmente planejado, ou se o projeto não está dando certo, não tenha medo de mudar radicalmente o projeto – ou “pivotar”, no jargão das startups. Uma das premissas básicas do conceito de startup enxuta é que não se deve gastar tempo, dinheiro e capital humano em algo que não vai dar certo. Não tenha medo de mudar.
6. Considere-se um fator de mudanças para o país
Para Ries, o empreendedorismo contribui para o crescimento econômico de qualquer país. Pequenas empresas criam emprego e tecnologias que melhoram a vida das pessoas. E este pode ser um fator motivador para quem tem o próprio negócio.
Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios, 29/10/2015
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