Em 2017, as startups brasileiras vão assumir um papel importante. As empresas inovadoras têm o potencial de afetar diretamente os modelos de negócio tradicionais, aproximando ideias arrojadas de setores populares que têm sofrido com a crise. “Neste ano, a tendência é que as startups influenciem positivamente campos que estão passando por dificuldades, modelos que cada vez mais carecem de inovação”, afirma o consultor do Sebrae-SP José Carlos Aronchi. De olho neste movimento, a Feira do Empreendedor, que acontece entre os dias 18 e 21 de fevereiro no Pavilhão do Anhembi, em São Paulo, expandiu na edição deste ano o espaço Startup World.
Presente pela quinta vez na feira, a área exclusiva para startups terá a temática “negócios para o mundo”. O objetivo é incentivar a criação de empreendimentos que atuem em escala mundial. Segundo o consultor, a internacionalização das startups é uma das principais tendências para o setor. Em países como Israel e Coreia do Sul, por exemplo, onde os mercados internos são muito modestos, desenvolver o negócio com um olhar para o mundo é questão de sobrevivência. “É isto que queremos trazer para os empreendedores brasileiros: ideias que se validem em diferentes mercados”, diz Aronchi.
Com capacidade para receber 400 pessoas, o espaço contará com três arquibancadas e um palco, onde vão ocorrer diferentes palestras. As atividades terão como tema parcerias estratégicas, modelos de negócios vencedores, oportunidades em mercados emergentes e tendências tecnológicas. Ao final de cada painel, os empreendedores também terão a oportunidade de apresentar um pitch sobre a sua startup. A avaliação fica por parte dos participantes dos painéis e o ciclo termina com mentorias e networking. “Os visitantes não vão apenas assistir a palestras. Eles poderão participar de atividades e ter a oportunidade de apresentar sua startup para todo o ecossistema”, afirma o consultor do Sebrae-SP. A expectativa é receber 7 mil pessoas durante os quatro dias de evento.
Além disso, no decorrer da Feira do Empreendedor, o Sebrae-SP realizará o lançamento oficial dos programas Startup SP e Incubadora SP. O primeiro, com duração de quatro meses, tem o objetivo de auxiliar o empreendedor no processo de validação e definição do seu modelo de negócio. “Só depois desse passo a startup deve pensar em realizar um protótipo”, afirma Aronchi. Já a Incubadora SP chega com a proposta de otimizar o desenvolvimento de empresas incubadas por meio de mentorias, capacitações e ações de acesso a mercados.
Confira a seguir as principais tendências de negócios para as startups em 2017. A análise é do consultor José Carlos Aronchi.
1. Cidades inteligentes
Segundo o especialista, as cidades inteligentes seguem como tendência para 2017. Na feira, o espaço contará com projetos que mostram como interação e conectividade podem ajudar no dia a dia urbano, por meio de ações inovadoras, como serviços colaborativos, estacionamentos inteligentes e armazenamento de objetos.
2. Realidade virtual
Para o consultor do Sebrae-SP, a realidade virtual desponta como uma das principais apostas para 2017. Por oferecer inovações para diversos setores, como engenharia, arquitetura e games, suas funcionalidades continuarão valorizadas pelo mercado.
3. Acessibilidade e inclusão
Esses temas estão ganhando força entre as startups. Em 2017, alguns dos mercados mais aquecidos são os serviços de turismo para o público LGBTTTIS (Lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, transgêneros, intersexuais e simpatizantes) e as soluções de acessibilidade visual e auditiva, mobilidade urbana e atendimento a idosos.
4. Nanotecnologia e biotecnologia
Outras apostas são as inovações que podem afetar diretamente setores tradicionais, como as indústrias de alimentação, vestuário e química. Segundo o consultor, a nanotecnologia – a construção de estruturas e materiais a partir dos átomos – e a biotecnologia devem se destacar neste ano. A proposta é gerar soluções para problemas de conservação de materiais e alimentos, além de criar produtos de higiene, estética e beleza e indústria têxtil.
5. Fintechs e soluções bancárias
Um dos nichos que mais ganharam força em 2016 também deve se sair bem em 2017. Para o consultor do Sebrae-SP, as startups que atuam no segmento de finanças estão encontrando uma aceitação positiva entre os consumidores, o que deve gerar ainda mais procura neste ano. “Por oferecerem operações mais baratas aos clientes, as fintechs se mostram uma forte alternativa para o mercado brasileiro”, afirma Aronchi.
6. Internet das coisas
As ferramentas que agregam a internet ao dia a dia dos consumidores, como a integração de eletrodomésticos com eletroeletrônicos, também estão em destaque. Neste ano, as soluções eletrônicas de segurança devem ganhar força. “Esses negócios estão em busca do fim da barreira física das chaves e fechos”, diz Aronchi.
7. Serviços em nuvem
Um dos maiores problemas para empresas que trabalham com e-commerce ou grandes acúmulos de dados é o armazenamento. Pensando nisso, empresas inovadoras têm trabalhado para baratear o custo dessas operações com os serviços de armazenamento em nuvem. Para o consultor, a busca por essa facilidade deve permanecer em alta. “Com a crise, as empresas estão buscando economizar onde podem em suas operações. E é aí onde entram os serviços de armazenamento em nuvem.”
Fonte: “Pequenas empresas e grandes negócios”.
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