. Jornalistas só circulam acompanhados de assessores do Legislativo
CARACAS e MONTEVIDÉU — Os jornalistas responsáveis pela cobertura da Assembleia Nacional venezuelana (AN), o Congresso do país, estão sendo obrigados a circular nas dependências do prédio administrativo do Legislativo federal acompanhados de assessores de imprensa da Casa. Além disso, os profissionais só poderão entrar no edifício quando houver uma entrevista marcada com um parlamentar ou no caso de uma atividade marcada previamente, como a reunião de uma comissão. Ao jornal “El Nacional”, de Caracas, a chefe de relações públicas da AN, Yasiret Yerena, deu uma justificativa vaga para a medida: o objetivo é que haja mais ordem no trabalho dos veículos de comunicação.
Antes, os jornalistas tinham livre acesso a todas as comissões sem limitação de horário ou exigência de notificação prévia. Segundo o jornal, a nova restrição se junta a outras adotadas nos últimos meses, como o atraso na atualização do credenciamento da imprensa – parado desde janeiro – e a obrigatoriedade, para os veículos privados, de aguardar a chegada dos profissionais de meios públicos para acompanhar sessões no plenário. Também passa a ser necessário aguardar os deputados na sala de imprensa para fazer entrevistas.
A notícia do cerceamento à livre circulação da imprensa no Legislativo venezuelano veio à tona em meio às conversas entre deputados do governo e da oposição para contornar a tensão ocorrida nas semanas depois das eleições de 14 de abril, quando o presidente Nicolás Maduro venceu por uma curta vantagem ainda contestada na Justiça pela candidatura do opositor Henrique Capriles.
No momento, a bancada da oposição continua com o direito à palavra cassado pelo presidente do Congresso, o chavista Diosdado Cabello, depois de não ter reconhecido a eleição de Maduro. A briga verbal virou pancadaria em plena Casa no último dia 30, com deputados feridos de ambos os lados, o que levou à suspensão temporária das sessões. Segundo o deputado governista Pedro Carreño, a oposição se mostrou disposta a um “acordo de cavalheiros” no qual se compromete a aceitar as instituições do Estado e retomar o direito à palavra sem violência. A expectativa é de que a AN retome suas atividades regulares no dia 14.
Protestos no Uruguai
Enquanto governo e oposição davam sinais de calma em Caracas, Maduro chegou ontem a Montevidéu para encontrar-se com o presidente uruguaio, José Mujica, na primeira escala de uma viagem por três países do Mercosul. O venezuelano prometeu fornecimento permanente de petróleo ao Uruguai e fechou acordo para a compra de 10,8 milhões de barris por 12 meses por Montevidéu. Tudo sob protestos da oposição local, que classificou a visita de Maduro como “inoportuna e inconveniente” devido à contestação do processo eleitoral na Venezuela. Capriles disse que a viagem do presidente é uma tentativa desesperada de ocultar sua ilegitimidade.
Nesta quarta-feira, Maduro se reúne com Cristina Kirchner em Buenos Aires. Na quinta, o encontro é com Dilma Rousseff em Brasília. O Paraguai, país que vetava a entrada da Venezuela no Mercosul e está suspenso do bloco após o controverso impeachment de Fernando Lugo, ficou de fora da viagem do venezuelano.
Fonte: O Globo
A Diplomacia Petista tem o habito de se meter com gente errada!
Madura é uma fraude! Um blefe! Uma vergonha!