Quem acha que o machismo no ambiente de trabalho é coisa do passado não deu atenção para sinais contrários evidentes. Algumas orquestras, por exemplo, detectaram o problema e passaram a fazer testes de admissão de músicos sem ver o candidato. O resultado foi que o número de mulheres aprovadas aumentou. Empresas mais conscientes desse viés preconceituoso também já aboliram, nas jornadas de inovação, a identificação do autor das sugestões e, portanto, do seu gênero.
Segundo uma recente série de reportagens sobre este assunto no “New York Times”, costuma-se esperar das mulheres, independentemente do cargo que exerçam, a iniciativa de cuidar das tarefas “domésticas” do escritório, como tomar notas durante as reuniões e organizar eventos. Um estudo da Universidade de Nova York mostrou que, se um funcionário homem aceita ficar até mais tarde a pedido do chefe, sua avaliação positiva entre os superiores é 14% maior do que a de uma mulher que faça o mesmo. Se ambos recusam, a avaliação da funcionária é 12% menor do que a do funcionário. O ato de ajudar, no caso das mulheres, é considerado uma “obrigação”. Uma das consequências dessa mentalidade é que a tendência à exaustão emocional é significativamente maior entre as mulheres, de acordo com a análise de mais de 180 estudos feitos em 15 países a respeito de dezenas de profissões.
Um aviso aos machões: pesquisas também indicam que startups lideradas por mulheres têm mais chance de dar certo, empresas de inovação com maior presença feminina na administração são mais lucrativas e que, se os homens são vistos como mais autoconfiantes no trabalho, as mulheres são consideradas mais competentes. Discriminá-las, portanto, é também uma grande estupidez estratégica.
Fonte: Época.
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