O setor de energia promete em 2010. Além dos investimentos privados e do início das obras da mega usina de Belo Monte, com custos previstos de R$ 19,6 bilhões, um total de R$ 92,8 bilhões está previsto no Orçamento Geral da União (OGU) de 2010 para o setor.A título de comparação, este montante fica atrás apenas dos recursos previstos no OGU para a Previdência Social, de R$ 254,1 bilhões; mas é superior aos valores orçados para a Saúde, R$ 62,7 bilhões; para a Defesa, R$ 58,2 bilhões; e para a Educação, R$ 49,8 bilhões.
Em 2010, o governo vai utilizar a área de energia na campanha presidencial. Em 29 de março, para aproveitar os últimos dias de Dilma no governo, foi lançada a segunda versão do PAC, que irá abranger o período de 2011 em diante.
Uma característica do atual governo é realizar grandes comícios políticos quando lança os seus programas. Foi assim com o PAC 1, com o pré-sal e agora com o PAC 2. Só que com o PAC 2 ocorreu um grande exagero. Vamos aos números.
O setor de geração de energia elétrica receberá R$ 113,7 bilhões no quadriênio 2011-2014 e R$ 22,9 bilhões nos anos posteriores.
Será dada prioridade aos projetos de energia com fontes competitivas, renováveis e de baixa emissão de carbono, nada de carvão.
Estão listados 54 empreendimentos de UHEs que totalizam 47,9GW de capacidade instalada. Entre eles, dez projetos somando 15,0 GW são de usinas plataforma, um conceito inspirado nas plataformas de exploração de petróleo offshore.
As UHEs demandarão R$ 116,2 bilhões de recursos, R$ 93,3 bilhões entre 2011 e 2014 e R$ 22,9 bilhões após este quadriênio.
As usinas de fontes alternativas irão requerer recursos de R$ 9,7 bilhões que serão investidos na construção de 71 usinas eólicas que irão totalizar 1,8 GW de capacidade instalada.
No setor de transmissão serão investidos R$ 37,4 bilhões, R$26,6 bilhões entre 2011 a 2014 e R$10,8 bilhões após 2014.
O segmento de exploração e produção de petróleo e gás natural perfaz o montante de R$ 711,4 bilhões, dos quais se estima que R$ 187,7 bilhões serão investidos no quadriênio 2011-2014 e R$ 523,7 bilhões após este período.
No Pré-Sal, o governo calcula investimento de R$ 125,7 bilhões, sendo R$ 64,5 bilhões entre 2011 e 2014 e R$ 61,2 bilhões de 2015 em diante.
O programa prevê também um total de R$ 130,2 bilhões dirigidos ao Refino e Petroquímica: R$ 71,1 bilhões investidos entre 2011-2014 e R$ 59,1 bilhões a partir de 2015. Para ampliação da participação dos combustíveis renováveis na matriz energética está estimado um montante de R$ 1 bilhão.
O PAC 2, como o PAC 1, é o PAC da energia e é o PAC da Petrobras. O governo pegou uma carona nos investimentos da Petrobras no pré-sal e super dimensionou os números do PAC 2.
Todos nós sabemos que esse volume de investimento do PAC 2 não será realizado. O lançamento do PAC 2, sobrepondo os investimentos do PAC 1, sugere um planejamento para o horizonte de outubro de 2010, não para o período pós 2010.
O fato é que a União já deixou de ser um organismo sério há muito tempo – se é que algum dia foi. O presidente mais corrupto de todos os tempos, Lula, nos serve para mostrar a inviabilidade do pacto federativo em torno de um governo central que só gera atraso, crime organizado, tráfico, corrupção, fome e degradação moral e ética da sociedade. Há uma corruptocracia burocratoparasita instalada no Congresso e no governo. O Brasil é inviável, inclusive do ponto de vista ético.