Manter o otimismo durante a crise está difícil também para o pequeno e médio empresário brasileiro. O mau humor em relação ao próprio negócio foi constatado pelo Índice de Confiança do Empresário de Pequenos e Médios Negócios no Brasil (IC-PMN), elaborado pelo Centro de Pesquisas em Estratégia do Insper, com apoio do Santander. O nível de confiança deste grupo marcou 58,49 pontos, recuo de 0,7% na comparação com os três primeiros meses do ano.
Quando analisado por setores, o levantamento aponta o comércio mais reticente, com uma queda de 2% na confiança em relação ao próprio negócio. Indústria e serviços, por sua vez, registraram alta de 0,5% frente aos três primeiros meses do ano.
“Os empresários estão confusos, e seria estranho se não estivessem. O número de incertezas ainda é muito alto”, avalia o professor e pesquisador do Insper Gino Olivares.
No último levantamento, o IC-PMN apontou aumento de 6,9% da confiança para o 1º trimestre de 2016, que chegou aos 58,9 pontos, alta de 3,8 pontos em relação ao registrado para o último trimeste de 2015. A leve alta foi constatada após uma série de índices negativos iniciada no último trimestre de 2014, que culminou na queda de 3,9% no quarto trimestre de 2015, quando o IC-PMN registrou o menor valor da série histórica.
Vendas. Apesar do pessimismo em relação à economia, 36,7% dos empresários consultados pelo Insper esperam que o volume de vendas do negócio aumentem no próximo trimeste, enquanto 31% vêem uma tendência de manutenção dos índices dos primeiros três meses do ano. Desses, 19,6% prevêem queda.
Conforme explica Olivares, esse facho de confiança pode ser entendido como uma luz no fim do túnel para o empresário. “É um otimismo que precisa ser relativizado. Ao que tudo indica, o primeiro trismestre no Brasil, em volume de vendas, foi ruim. O empreendedor espera que tenha sido apenas um ponto fora da curva”, analisa.
Pesquisa. Os dados do IC-PMN foram obtidos por meio de entrevistas telefônicas com 1278 pequenos e médios empresários de todo o país, dos setores da indústria, comércio e serviços. A margem de erro do índice é de 1,4% para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.
Fonte: O Estado de S.Paulo.
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