Empreender está no topo da lista dos desejos dos jovens brasileiros, porém, o mais difícil é começar. Dentre os motivos para que o jovem não consiga abrir um negócio, a falta de qualificação ainda é um dos principais. De acordo com a última edição da pesquisa “Perfil do jovem empreendedor brasileiro”, da Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaje), 86% dos jovens relatam que não se prepararam para empreender, não tendo passado por nenhum tipo de qualificação ao longo da idade escolar, e 23% não buscaram nenhum apoio para abertura ou crescimento da empresa.
Os dados trazem uma reflexão sobre a necessidade de investimento em políticas públicas e programas que incentivem o empreendedorismo entre os jovens. Diante deste cenário, a Escola do Sebrae criou a primeira “agitadora de negócios” da escola, com o objetivo de dar suporte ao desenvolvimento de novas ideias e apoiar jovens empreendedores no estágio inicial do negócio. “A Agita surgiu com um novo conceito para acelerar, gerar, inovar, testar e aprovar novas ideias. O objetivo é ser um espaço inovador que estimule o aprendizado e a troca de experiências, gerando oportunidades”, destaca a analista do Sebrae responsável pelo programa, Liliane Alves de Carvalho.
Na sua primeira edição, o programa conta com nove equipes nos segmentos de saúde, educação, varejo e negócios sociais. Para Luiza Arantes, integrante da equipe “Cori Saúde”, “o programa foi fundamental para a validação do nosso negócio, nos ajudou a compreender qual é o nosso público e a definir o nosso serviço. Por mais que já tivéssemos uma ideia de negócio, precisávamos de um direcionamento”, explica. A equipe está criando uma plataforma online para registrar e arquivar informações de saúde de pacientes idosos, de forma a facilitar o acesso por médicos, cuidadores e familiares.
Para o jovem Breno Minchilo, que integra a equipe do “Tattoon”, “a gente não se vê daqui para a frente sem o programa nos auxiliando. Como muitos jovens que querem abrir um negócio, estávamos tentando caminhar por conta própria e cometendo muitos erros”, revela. “Além de desenvolver o negócio muito mais rápido, já que trabalhamos com metas, o conhecimento tem sido um diferencial. Aqui temos o contato com outras equipes, com mentores, pessoas experientes do mercado que nos ensinam muito”, acrescenta Stéfano Perazzo, que também integra a equipe. A ideia do “Tattoon” é criar um catálogo digital dos tatuadores de BH, onde os clientes poderão comparar serviços, preços e tipos de tatuagem, além de auxiliar na criação dos desenhos.
A analista do Sebrae Liliane Carvalho destaca que “o programa oferece consultorias, mentorias e capacitações, funcionando como um suporte para que eles entendam como tirar uma ideia do papel. A ideia é que eles compreendam quais estratégias adotar e quais caminhos seguir para que eles possam ser os mais assertivos possíveis na hora de colocar um produto no mercado.” O programa teve início em setembro e será encerrado em dezembro. A equipe que apresentar o melhor desempenho durante o programa receberá o incentivo financeiro de R$30.000,00 em consultorias tecnológicas pelo programa Sebraetec, e as equipes que ficarem em segundo e terceiro lugar receberão R$10.000,00.
Motivos para empreender
Ainda de acordo com a pesquisa da Conaje, 25% dos jovens relatam ter decidido empreender devido à identificação de uma oportunidade de negócio, e outros 25% porque sempre tiveram a vontade de empreender. A independência aparece em terceiro lugar como principal fator de motivação para abrir um negócio, apontada por 18% dos jovens. Entre as principais dificuldades para a gestão do negócio, destaca-se a gestão financeira (31%), gestão de pessoas (27%) e planejamento (25%).
Fonte: Agência Sebrae de Notícias.
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