4 em cada 10 brasileiros não conhecem a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece um teto para os gastos públicos, de acordo com uma pesquisa do Instituto Ipsos.
43% dos entrevistados dizem não conhecer a proposta, 49% já ouviram falar e 8% não souberam responder.
O desconhecimento é maior entre aqueles com menor escolaridade: dos entrevistados sem instrução, 56% não ouviram falar sobre a PEC, número que cai para 37% no grupo com ensino médio completo.
A pesquisa foi realizada entre os dias 1 e 13 de novembro em 72 cidades brasileiras por meio de 1.200 entrevistas presenciais. A margem de erro é de 3 pontos percentuais.
A PEC estabelece um limite para os gastos públicos com base na inflação do ano anterior e passou ontem em primeira votação do Senado por 61 a 14 após ser aprovada na Câmara dos Deputados.
Houve atos de protestos e episódios de depredação. Os críticos dizem que a proposta vai prejudicar ganhos sociais, enquanto o governo alega que ela é central para evitar a escalada da dívida pública.
41% dos entrevistados pelo Ipsos não souberam ou preferiram não responder se são a favor ou contra a medida, enquanto 42% dizem ser contra e 17% a favor.
Os pesquisados não conhecem a posição sobre o tema do PMDB (60%), PSDB (64%), PT (61%), Democratas (68%), PDT (69%), PP (71%), PR (72%), PSB (69%), PSOL (66%) e Rede (74%).
“A PEC do teto de gastos públicos ainda é um tema que gera muitas dúvidas na sociedade e, por conta disso, a opinião pública não consegue entender quais as reais consequências dessa votação, seja para o país, seja para si próprios”, afirma Danilo Cersosimo, diretor da Ipsos Public Affairs.
48% acham que os políticos ganham com essas medidas e 42% concordam que os ricos também devem sair beneficiados.
Do lado oposto, a população acredita que os maiores perdedores serão os mais pobres e os funcionários públicos: só 15% e 23%, respectivamente, acreditam que a proposta beneficia esses grupos.
A população também não espera sair ganhando: 44% dos entrevistados acreditam que a PEC pioraria sua vida, 14% preveem melhora e 42% não souberam ou não responderam.
A região com resposta mais negativa a essa questão foi o Nordeste, onde três a cada quatro esperam um futuro pior após o teto.
Ainda assim, 64% dos entrevistados concordam que é necessário diminuir os gastos do governo e 44% também considerariam estabelecer um limite para despesas em determinados setores.
Mas uma parte significativa acredita que certas rubricas deveriam ser retirados do cálculo do teto. A defesa da exceção é de 39% para saúde, 39% para educação e 37% para segurança.
Fonte: “Exame”.
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