No último dia 31 de Maio de 2010 uma ONG (sempre elas) chamada Free Gaza organizou uma flotilha com 6 embarcações com intenção de furar o cerco à Faixa de Gaza e levar ajuda humanitária. Israel abordou essas embarcações para não permitir que chegassem ao seu destino e, durante a luta que ocorreu, o saldo foi de 10 mortos, 25 feridos e 600 pessoas detidas.
O mundo em peso condenou a ação israelense, ocorreram protestos em várias cidades e rapidamente países anti-americanos e anti-israelenses como Irã e Venezuela et caterva apareceram para dizer o já conhecido “eu avisei”, como se aquilo tudo fosse a confirmação de que eles são o “bem” na eterna luta do bem contra o mal.
Confesso que não concordo com o embargo à Gaza. Não que eu considere digno de interlocução um governo liderado pelos terroristas do Hamas, mas simplesmente porque acredito que a pobreza, a ignorância e principalmente, a desesperança, são insumos para o extremismo e o terrorismo. Aquela gente passando fome, sem direitos básicos, sem possibilidade de planejar qualquer coisa no futuro só tem um sentimento: o ódio. E o ódio reprimido leva qualquer um a fazer coisas que não faria normalmente.
Mas entendo também o chanceler de Israel, Avigdor Lieberman, homem prolixo e fértil em dizer asneiras que incendeiam ainda mais a fogueira do conflito árabe-israelense, quando ele diz que Israel já cedeu mais territórios aos palestinos do que os que ainda sobram para serem devolvidos, e ainda assim o conflito só piorou.
A Faixa de Gaza foi devolvida aos palestinos integralmente, até os famigerados assentamentos foram retirados, mas ainda assim ela serve como plataforma de lançamento de foguetes palestinos contra as cidades israelenses próximas.
Durante as conferências em Camp David, foi oferecido aos palestinos a devolução total de Gaza e da Cisjordânia, além de Jerusalém Oriental como capital do seu estado independente. Eles recusaram, porque queriam também a volta de exilados que estavam em outros países.
A cada concessão, nova exigência. Porque isso? Simples, porque toda essa luta palestina gera fundos de ONGs e governos estrangeiros, que enriquecem os líderes daquele povo, enquanto seus liderados são mantidos na miséria.
Mas não existe ninguém totalmente “bonzinho” ali. Israel faz questão de alimentar seus críticos e detratores com medidas impopulares, inumanas e truculentas. Um muro que cerca a Cisjordânia e ajudou a impedir ataques suicidas espertamente tungou 10% do território palestino. A cada foguete caseiro lançado contra o país, as Forças de Defesa de Israel (IDF, em inglês) lançam ataques poderosíssimos, que deixam um rastro de mortes.
Postos de controle que garantem a segurança interna também infernizam o ir-e-vir dos palestinos. Sem contar o fato de ser a única democracia real do Oriente Médio e ainda assim conviver com a incômoda realidade dos campos de refugiados.
Tudo isso dificulta a tarefa de quem deseja defender Israel no campo das ideias, porque à primeira vista o país faz muito para justificar a cota de ódio da qual é objeto.
Mas aí eu lembro que em países islâmicos sem ocupação alguma o povo é oprimido por seus próprios governantes do mesmo jeito. Irmãos atacam irmãos, pais tratam suas filhas como animais, sociedades criam monstros como os Talibãs, enviam terroristas para atacar pessoas do outro lado do mundo com a simples justificativa de que são “infiéis”. E tudo isso sem ocupação alguma que justifique tanto ódio, tanta violência.
Convenhamos: não existem terroristas israelenses explodindo bombas em metrôs. Eles usam violência exacerbada em várias ocasiões, mas o fazem na intenção de defender seu país de pessoas que afirmam para quem quiser ouvir que seu objetivo é “destruir Israel, varrer o país do mapa e jogar os judeus no Mediterrâneo”.
Não existem israelenses surrando mulheres porque saíram às ruas sem usar um véu e também não vemos um presidente ou premier israelense há tanto tempo no cargo quanto os presidentes do Egito e da Síria, os aiatolás iranianos ou o “comandante” Fidel.
Numa equação simples, numa escolha entre o preto e o branco, eu tendo a dizer que preferiria muito mais ser um israelense a um cidadão de qualquer outro país árabe, pelo simples fato de que, em Israel, as pessoas possuem dois itens raros naquela região tão rica em petróleo: liberdade e democracia.
Mas chega a ser uma pena que um povo que sofreu tanto durante a Segunda Guerra não tenha a sensibilidade de poupar alguns inocentes de tanto sofrimento, de evitar assim que se criem cobras que tentarão mordê-los mais adiante, e que forneçam tanta munição para extremistas, autoritários e terroristas nessa “guerra ideológica”.
Chego a conclusão de que o homem, o ser humano, não deu muito certo.
Parei de ler no “sempre elas”. O autor não pode ser um sujeito sério.