O esvaziamento da Câmara dos Deputados durante a leitura da denúncia da Procuradoria-Geral contra Michel Temer nesta quinta-feira sinaliza que o presidente ainda conta com o apoio da maioria dos congressistas. É o que diz o cientista político Nuno Coimbra em conversa com o Instituto Millenium: “A melhor maneira de não criar um fato político é diminuir a repercussão de um evento”. Coimbra, no entanto, afirma que a sucessão de crises de ordem política põem em xeque a continuidade do governo à medida que novos fatos desgastam cada vez mais a imagem de Temer. “O governo vem perdendo a força, e com a decisão de fatiar a denúncia, ou seja, com a possibilidade de vários processos e várias votações acontecerem na Câmara, esta coalizão da maioria passará por diversos testes”.
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“Nós podemos revalorizar a política”, acredita o sociólogo Simon Schwartzman.
“Para que a democracia avance, é imprescindível que o cidadão também seja democraticamente governado”, observa José Eli da Veiga.
Já a população parece menos disposta a protestar. O especialista aponta dois aparentes motivos para o esvaziamento das ruas que, a exemplo da greve geral prevista para esta sexta, parece perder cada vez mais força. “Quando você tem uma crise longa como está sendo a brasileira, fica muito difícil mobilizar a população por tanto tempo, as pessoas cansam. Além disso, os sinais de melhora que a economia havia dado tendem a acalmar as pessoas. São esses dois elementos que enchem ou esvaziam as manifestações”, acredita. Coimbra lembra, porém, que a baixa adesão às ruas não sinaliza apoio ao governo: “Não podemos confundir falta de mobilização com apoio. Pesquisas recentes mostram a baixa popularidade do presidente, e isso pode ser suficiente para que maiores manifestações aconteçam mais para frente”.
E, você, leitor? Mobilize-se! Reclamar nas redes sociais não basta. Cobre o posicionamento do seu deputado no site da Câmara, seja qual for a sua opinião. Mande e-mails, vá até a página dele no Facebook. PARTICIPE! A representatividade está aí!
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