A Petrobras informou nesta sexta-feira que sua diretoria executiva aprovou a revisão da política de preços de diesel e gasolina, que passarão a ter revisões mais frequentes podendo ser até mesmo diárias. A empresa aprovou a revisão da política de preços de diesel e gasolina vendidos em suas refinarias, que passa a valer a partir da próxima segunda— feira, dia 3 de julho, “visando aumentar a frequência de ajustes nos preços”.
A avaliação feita pelo Grupo Executivo de Mercado e Preços (GEMP) — composto pelo Presidente, Diretor Executivo de Refino e Gás Natural e Diretor Executivo Financeiro e de Relacionamento com Investidores — é de que os ajustes que vinham sendo praticados, desde o anúncio da nova política em outubro de 2016, com revisões uma vez por mês “ não têm sido suficientes para acompanhar a volatilidade crescente da taxa de câmbio e das cotações de petróleo e derivados, recomendando uma maior frequência nos ajustes”.
Assim, a decisão agora é realizar ajustes nos preços, a qualquer momento, inclusive diariamente, desde que os reajustes acumulados por produto estejam, na média Brasil, dentro de uma faixa determinada (— 7% a +7%), respeitando a margem estabelecida pelo GEMP.
“Além disso, qualquer alteração fora dessa faixa terá que ser autorizada pelo GEMP. A revisão da política aprovada permitirá maior aderência dos preços do mercado doméstico ao mercado internacional no curto prazo e possibilitará a companhia competir de maneira mais ágil e eficiente”.
A Petrobras destaca ainda que “é importante ressaltar que os princípios da política de preços, aprovada em outubro de 2016, permanecem inalterados, levando em consideração o preço de paridade internacional (PPI), margens para remuneração dos riscos inerentes à operação e o nível de participação no mercado. “
De acordo com o diretor de Refino e Gás da Petrobras, Jorge Celestino, a área comercial terá a partir de agora liberdade para poder competir diariamente no mercado. Sem dar informações de qual foi a perda de mercado, Jorge Celestino mostrou a evolução das importações da gasolina e do diesel desde outubro do ano passado. As importações de gasolina tem sido na faixa de 300 milhões de litros por mês, tendo atingido o pico de 383 milhões de litros em dezembro do ano passado. No mês de maio atingiu 311 milhões de litros, e a previsão para o mês de junho é de ficar em torno de 290 milhões de litros.
Já as importações do diesel atingiram 1,1 bilhão de litros em outubro do ano passado. No mês passado foram de 959 milhões de litros, e a previsão para junho é de ficar em torno de 1,2 bilhão de litros.
Pela nova política, a área comercial vai poder variar os preços dos dois produtos para cima ou para baixo diariamente, dependendo da volatilidade do mercado e da concorrência dentro de uma faixa de no máximo 7% em relação ao preço da margem nas refinarias. Ou seja, se durante um determinado período, em algum momento as variações ficarem 7% abaixo do preço fixado das refinarias, ou 7% acima, a direção da companhia fará uma análise para uma possível mudança da margem ou não.
— As premissas da formação de preços não mudaram. O que estamos mudando é a frequência dos reajustes para que isso traga mais competitividade para nossa área comercial. Obviamente essa maior competição da nossa área comercial vai ser benéfico para o mercado e certamente trará efeitos para o consumidor dado que o mercado vai ficar mais competitivo — destacou Jorge Celestino.
O diretor Financeiro da Petrobras, Ivan Monteiro, também presente na coletiva de imprensa nesta manhã para explicar a nova política de preços, também reafirmou que a medida visa dar mais agilidade à área comercial para competir no mercado e que isso vai ser benéfico para os consumidores.
— A gente tem que recuperar o market share (mercado) que perdeu. E o grande beneficiário com a decisão de hoje é o consumidor, porque hoje existe existe competição pelo consumidor. Vamos dar a liberdade necessária para que a área comercial que está próxima do cliente possa agir. No mundo o preço flutua muito e também flutua a taxa de câmbio. A importação está crescendo e isso significa que a Petrobras está perdendo mercado, perda de vendas, o que significa que o aumento da produção de petróleo no pré— sal não vai ser refinado, vai ser exportado como óleo bruto, onde a margem é muito menor do que produto refinado — destacou Ivan Monteiro.
O diretor Jorge Celestino admitiu que, com essa nova política de preços para a gasolina e o diesel, facilitará a busca da Petrobras por parceiros privados para suas refinarias no plano de desinvestimento da companhia.
— Considerando que nós estamos com uma prática de preços muito mais próxima às práticas do mercado internacional como nos Estados Unidos e outros países, isso obviamente dá mais conforto para o investidor olhar e ver que as práticas que estão sendo usadas no Brasil são semelhantes às praticas do mercado internacional — afirmou Jorge Celestino.
Ivan Monteiro garantiu que a companhia ainda não definiu como será o modelo de venda de participações acionárias nas refinarias.
— A Petrobras continua fazendo estudos internos para levar para deliberação da diretoria executiva. Mas não concluímos ainda. A ideia é buscar parcerias para novos projetos — destacou Ivan Monteiro.
Fonte: “O Globo”.
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