Os dois últimos semestres de administração e economia no Insper possuem uma dinâmica bem diferente do resto dos cursos. Isso porque a grade curricular é dividida entre estágio e disciplinas optativas. Um destes módulos, inclusive, é o “Mentoria para desenvolvimento de equipes”. Sua proposta é que os alunos atuem como mentores de organizações estudantis da própria faculdade e deem soluções para problemas.
“Os alunos formam grupos de três pessoas e cada equipe trabalha com uma organização de seu interesse”, conta Lina Nakata, professora da disciplina. “Dessa vez, eram nove entidades que possuíam propostas e tempo de casa diferentes”, completa. Também foi solicitado às organizações selecionar um departamento específico que seria trabalhado.
Após o match entre alunos e entidades, são realizados três encontros presenciais em sala. O primeiro serve para que eles se conheçam e façam um diagnóstico dos problemas. O segundo, para possíveis encaminhamentos. O último, para feedback. “Também peço para eles se encontrarem semanalmente ou quinzenalmente. Assim, é possível dar soluções mais assertivas”, afirma Lina.
Com a possibilidade de aplicar conhecimentos vistos ao longo do curso, entre eles psicologia, comportamento organizacional, gestão estratégica de pessoas e de liderança, o “Mentoria para desenvolvimento de equipes” é um aperitivo do que os alunos vão encontrar fora da faculdade. “Os problemas dentro do Insper são bem parecidos com os de empresas reais. A matéria serve como um teste para os estudantes sentirem o mercado”, diz a professora.
Na prática
Gustavo Benassi, estudante do oitavo semestre de economia, trabalhou com a Aiesec, rede global que explora e desenvolve a liderança jovem. O problema imposto era melhorar a relação da entidade com a comunidade Insper. “Eles até estavam pensando em algumas soluções para ficarem mais próximos dos alunos, só faltava mesmo aquele ‘empurrão’ para que concretizassem as ideias”, conta.
Por sua vez, o Inspride, coletivo LGBT do Insper, apresentou um impasse maior: os próprios integrantes não se sentiam engajados. “Identificamos que parte desse problema vinha do fato deles não terem projetos. As pessoas apenas ficavam lá sem fazer nada”, revela Carlos Toledo, aluno do sétimo semestre de administração. “Nossa solução foi sugerir modelos para eles gerirem a organização”, complementa.
De acordo com Thomas Grubber, diretor de comunicação do InFinance e aluno do sexto semestre de economia, ter alguém de fora disposto a ajudar é sempre bom. “Logo na primeira reunião, os alunos deram a dica de trabalhar o marketing e apresentar o que nós fazemos para a comunidade Insper, pois nem todos conhecem nosso trabalho. Nós nunca tínhamos pensado nisso. Vamos colocar a ideia em prática no próximo semestre”, revela.
A disciplina de “Mentoria para desenvolvimento de equipes” teve sua primeira turma no primeiro semestre de 2017. Segundo Lina, ainda não está decidido se os próximos alunos vão trabalhar com as organizações estudantis ou se será outra proposta. Mas a ideia de colocar a “mão na massa” continua em jogo.
Fonte: Insper.
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