O trabalho sem carteira assinada tem sido uma opção para os jovens que atingiram a idade para trabalhar. Desde 2012 a taxa de desemprego dos jovens de 18 a 24 anos fica acima da média nacional, chegando ao dobro (28.8%) da taxa total (13.7%) no primeiro trimestre desse ano. A maioria dos jovens que atingiram idade de trabalhar, entre março e maio, conseguiu trabalho. O que tem sido uma opção são as vagas de trabalho sem carteira assinada para os jovens que atingiram idade para trabalhar.
O jovem sofre mais com o desemprego. Isso é histórico no Brasil e no mundo. A série da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios mostra que desde 2012 a taxa de desemprego dos jovens de 18 a 24 anos fica acima da média nacional. Essa diferença aumenta ainda mais no fim de 2015 e chegou ao dobro (28.8%) da taxa total (13.7%) no primeiro trimestre desse ano.
Mas a última pesquisa do IBGE chamou a atenção desse economista da Universidade de São Paulo. É que os números indicam que a maioria dos 400 mil jovens que atingiram a idade de trabalhar entre março e maio conseguiu ocupação.
“Se de fato os jovens estão encontrando mais facilidade para se empregar, isso é maravilhoso porque eles começam a se sentir úteis, começam a trabalhar mais cedo”, diz Hélio Zylberstajn, economista da FEA, da USP.
Mão na massa
A reportagem do Jornal Hoje encontrou alguns desses jovens longe do escritório. Boa parte deles tá trabalhando de casa, sem carteira assinada, vínculo com empresa ou qualquer tipo de segurança. Poucos falam em carreira. Encaram mais esse começo como um projeto com data para começar e terminar. É o caso da equipe do empreendedor Nicolas Adriano Leite.
A máquina de estampar camisetas acabou de chegar. É o primeiro investimento da marca e o Nicolas, que é diretor financeiro, já aprendeu algumas lições. “O principal é guardar dinheiro, porque se não guardar dinheiro, como não vou investir na minha marca, como eu vou investir?”, diz ele.
A Gabriela bola a estampa e a Duda abastece as redes sociais “Está muito difícil arrumar emprego, ainda mais para a gente com a nossa idade, por não ter experiência, aí com isso a gente procurou fazer o nosso emprego, criar alguma coisa que a gente pudesse lucrar”, diz Gabriela de Souza, que é estudante e designer.
“A gente aprende tanto com isso, vale muito a pena, ainda mais que a gente sabe a economia que a gente tá, a gente sabe como tá difícil, a gente vê na nossa própria casa, então a gente falou, ficar parado não dá, entendeu?”, diz Maria Eduarda Fernandes, estudante e especialista em mídias sociais.
“O jovem que começa a carreira profissional é muito parecido com o jovem que começa a carreira de namoro. O primeiro emprego e o primeiro namoro são muito parecidos. Dificilmente a gente casa com a primeira namorada, a gente vai pulando de galho em galho até encontrar um galho mais sólido. E o jovem é a mesma coisa, ele vai pulando de galho e galho até encontrar um emprego que ele gosta. Mas está cada vez mais difícil o jovem parar no galho e também no namoro”, conclui Hélio.
Fonte: Jornal Hoje.
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