O BNDES vai atuar como dealer do Departamento de Operações do Mercado Aberto do Banco Central. Isso significa que o banco de fomento vai intermediar as transações de mercado do BC com títulos públicos em operações compromissadas, ou seja, operações de curto prazo, em geral de um dia. Essas transações permitem ao BC regular, diariamente, a quantidade de dinheiro em circulação e a taxa de juros. É a primeira vez que o BNDES vai exercer essa função.
Esse “selo” é concedido pelo BC a cada seis meses a apenas dez bancos e duas corretoras, que atuam em seu nome. O BC repassa as operações com os títulos essas instituições, e são elas as responsáveis por oferecê-las ao mercado. A atuação no BNDES como dealer começa amanhã e vai ao menos até 31 de janeiro.
Na avaliação de uma fonte de mercado, a intermediação nas transações compromissadas traz vantagens para o BNDES do ponto de vista de gestão de caixa. Isso porque a maior parte dos aportes feitos no BNDES pelo Tesouro Nacional nos últimos anos foi por meio de títulos públicos.
Por exemplo, se esses títulos em poder do BNDES têm vencimento de longo prazo, e o banco quer vendê-los logo para transformá-los em dinheiro — e ter recursos disponíveis para emprestar —, terá de dar um desconto grande. Ao intermediar operações compromissadas, o BNDES pode vender um título com o compromisso de comprá-lo um dia depois, sem burocracia.
— Se o BNDES não é dealer, ele precisa recorrer a uma dessas instituições para fazer as operações, o que implica custo — explica outra fonte.
Além do BNDES, também entraram na lista o Banestes e a XP Investimentos.
Fonte: “O Globo”, 09/08/2017
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