O Impa (Instituto de Matemática Pura e Aplicada) e a SBM (Sociedade Brasileira de Matemática) anunciaram nesta quinta-feira que o Brasil teve sua entrada aprovada no Grupo 5 da União Matemática Internacional (IMU, na sigla em inglês). Apenas dez outros países fazem parte deste grupo, que reúne as nações mais desenvolvidas em pesquisa matemática no mundo. O Brasil estará ao lado agora de Alemanha, Canadá, China, Estados Unidos, França, Israel, Itália, Japão, Reino Unido e Rússia.
A candidatura brasileira ao Grupo 5 havia sido apresentada no ano passado. A IMU, criada em 1920 para promover a cooperação internacional em matemática, hoje reúne 76 nações entre seus membros, divididas em cinco categorias, por ordem de excelência.
O Brasil faz parte da IMU desde 1954. Chegou ao Grupo 2 em 1978; ao 3, em 1981; e ao 4, em 2005. A mudança de classificação é decidida após recomendação do Comitê Executivo. São analisadas informações como o número e a qualidade de programas de pós-graduação e sua distribuição territorial, o total de publicações científicas divulgadas em meios importantes e os nomes de destaque na área.
– O fato de o Brasil estar agora ao lado dos países de maior expressão e relevância na matemática global representa o reconhecimento da qualidade da pesquisa matemática feita no país. Mostra que, na matemática, é possível alcançar o sucesso em seu mais alto nível estudando em nosso país – afirma Marcelo Viana, presidente do Impa.
País vai sediar Congresso Internacional de Matemáticos
O Brasil vem ganhando destaque na matemática nos últimos anos, com prêmios como a Medalha Fields, considerado o Nobel da área , recebido por Artur Ávila em 2014. Segundo o Impa, houve também um crescimento da publicação científica brasileira. Em 2006, logo após sua promoção ao Grupo 4, o país representava 1,53% da produção matemática mundial (1.043 papers). Uma década depois, a produção nacional saltou para 2,35% (2.076 papers).