A redução no total de postos de trabalho com carteira assinada no País diminuiu o porcentual de ocupados que contribui para a Previdência Social. A fatia de contribuintes da previdência na população ocupada caiu de uma média de 65,5% em 2016 para 64,1% em 2017, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A população de ocupados que contribui para a previdência brasileira passou de 59,210 milhões em 2016 para 58,114 milhões no ano passado, 1,1 milhão de pessoas a menos.
“Houve aumento de empregos sem carteira, de trabalhadores por conta própria e de emprego doméstico. Por mais que seja uma forma de sobrevivência, essas pessoas não estão contribuindo para a previdência. Não é bom para a pessoa, não é bom para o País, não é bom para ninguém”, ressaltou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
A redução da formalização do emprego e a maior insegurança sobre a renda familiar também reduzem o ímpeto de contribuição de quem trabalha na informalidade, acrescentou Azeredo.
Segundo o pesquisador, há um processo em curso de recuperação do mercado de trabalho em 2017 em relação ao auge da crise, mas persistem alguns pontos negativos, entre eles o fechamento de vagas com carteira assinada no setor privado.
“Na retrospectiva de 2016, o quadro era bem mais complicado. Você fecha o ano de 2017 no vermelho, mas com gravidade menor”, disse Azeredo.
Fonte: “O Estado de S. Paulo”