Você quer formalizar uma ideia ou quer abrir uma filial porque o seu produto tem boa demanda e margem competitiva.
Aí, eu te pergunto: Qual é sua decisão em relação ao universo tributário? Eu espero que você tenha uma.
Será que você simplesmente procura um contabilista, entrega os documentos necessários e inicia o processo ou antes de qualquer início, você quer saber quanto o caixa da sua empresa vai suportar em relação aos tributos?
Sim. Pode ser um ideal de vida, mas todo ideal tem um preço a pagar e exigirá de você muita astúcia para tomar decisões.
Se você apenas entrega a documentação para viabilizar o empreendimento, será que você vai dar uma de João sem Braço em relação aos órgãos fiscalizadores porque você ainda acha que apenas as grandes empresas são alvo das canetas do “leão”?
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Acredito que eu vá te decepcionar porque com a criação do Sistema Público de Escrituração Digital as empresas entregaram uma cópia do cofre para o fisco.
Sim. O fisco pode ver absolutamente todas as operações que sua empresa realiza e, por esse motivo, é bom que você escreva num post it e cole na porta da sua geladeira pra você ler todas as vezes que for beber água.
Ah, você não bebe água? Então cola na caixa de cerveja ou do whisky importado. O importante é que você lembre que existem mecanismos para reduzir sua carga tributária e ele começa com um estudo que seu contabilista pode fazer sem muita complicação nem custar um rim.
Pra começar você deve identificar claramente o produto que deseja comercializar assim como os projetos futuros.
Enumere as atividades por prioridade e peça uma análise breve do que tornará o processo mais rápido e com menos exigências burocráticas e que aumentem o custo da formalização.
Você precisa saber o que o fisco estadual exige a nível de impostos e quais os riscos em matéria de segurança, exigências ambientais…
Começando pela carga tributária, sua atividade tem algum incentivo? Seu produto tem algum benefício naquele estado?
Fazer esse levantamento prévio é questão de vida ou morte. Primeiro pra sua empresa e segundo pra você.
Bom. Você sabe o quanto vale sua saúde.
A prática de aplicar benefícios ou incentivos fiscais através de um planejamento prévio é o que chamamos de “elisão”.
Agora você já sabe que elisão não é uma Elisa grande como o Tonhão do TV Pirata. É uma decisão que além de consciente, é legal. Legal nos dois sentidos da expressão.
Por fim, se você não faz e acha uma perda de tempo essa baboseira toda, aí, meu caro, você estará se expondo no nível master porque estará praticando evasão fiscal quando reduz carga tributária sem que haja previsão na lei.
Mas, se você chegou até o final desse texto, haverá salvação porque a informação já está gravada na sua “caixa de memórias” e praticar é uma decisão exclusivamente sua.
Mas eu vou deixar uma dica valiosa: competitividade não é apenas um benefício de quem tem preço melhor. É também para quem sai na frente e entende que empreender envolve atualização constante das exigências do mercado. É perceber que seu papel não é apenas de vender e obter lucro porque para chegar a qualquer destino você precisa apreciar a paisagem para que a viagem seja gratificante em todos os níveis, especialmente para o custo efetivo do seu produto, vitima direta das suas escolhas. .
Já que você diga “tô pagaaaando!”, aproveite cada detalhe. Aprenda sobre postura dos grandes vencedores.
Sua empresa até pode estar localizada no fundo do quintal da casa, mas empresa no fundo do quintal é mais estar do que ser.
No mais, desejo que você quebre paradigmas e saia na frente de quem não concorda com nada disso.
E ai, você evade ou elide?
Sucesso!
Fonte: “Traduzindo o Economês”, 14/03/2018