Conquistar os consumidores online não é uma tarefa fácil. Antes as pessoas “gastavam a sola do sapato” entrando de loja em loja para encontrar o melhor preço. Agora, basta abrir a internet no computador de casa e pesquisar o melhor preço. Além disso, há uma quantidade enorme de avaliações sobre determinados itens. Lidar com o cliente bem informado é um dos principais desafios para o empreendedor que quer criar um negócio digital.
De acordo com o WebShoppers 2017, estudo sobre o comércio brasileiro realizado pela Ebit, 25,5 milhões de consumidores fizeram pelo menos uma compra virtual no primeiro semestre de 2017, no Brasil. Isso representa um aumento de 10,3% se comparado com o índice do ano anterior.
De olho no setor, a Feira do Empreendedor SP 2018 terá um espaço exclusivo para discutir a importância dos negócios digitais. O evento acontece entre os dias 7 a 10 de abril, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo. As inscrições são gratuitas. Faça a sua aqui.
Para falar mais sobre o espaço e o setor, PEGN entrevistou Diego Smorigo, consultor do Sebrae-SP, que também deu dicas para investir na venda de produtos online.
Confira:
1. Defina um nicho de mercado
Qualquer tipo de negócio nasce da necessidade de entender quais são as dores de um determinado público. Smorigo cita como exemplo as mães de primeira viagem que não sabem como vestir os seus filhos. “Elas procuram pessoas que já passaram por essa experiência, mas um site de venda de enxoval poderia criar uma assessoria para ajudar essas consumidoras.
O consultor aconselha focar em um público específico. Existem empreendedores que criam e-commerces para vender produtos para gestantes e com o tempo decidem atender também os pais e as crianças maiores. No entanto, ele terá que concorrer com muitos outros sites e marketplaces. “Seria uma alternativa melhor se a loja oferecesse uma babá eletrônica, por exemplo.”
2. Estrutura do site
Já que no e-commerce não é possível ter uma experiência tátil, a empresa precisa se preocupar com a disposição dos produtos no site. “As fotos devem ser detalhadas, passando uma referência de tamanho.” As descrições dos itens também são essenciais para conquistar o consumidor.
Existem sites que estão explorando outros recursos da internet. “Alguns e-commerces de gravata colocam vídeos em sua plataforma para ensinar como dar o nó”, diz o consultor. Há também lojas de roupas que mostram como amarrar os vestidos de formas diferentes.
Atualmente, com o desenvolvimento da inteligência artificial, algumas lojas têm apostado nos famosos chatbots – um programa de computador que se passa por um ser humano para conversar com as pessoas.
“Eu não sei qual tamanho de uma criança de um mês, mas posso perguntar para um chatbot. Isso ajuda a diminuir a fuga do cliente do seu e-commerce, já que na loja física tem o vendedor para conversar com o cliente”, diz Diego.
3. Escolha uma plataforma
Algumas lojas online compram a licença de uma plataforma, que permite a realização de pagamentos, por exemplo.
Além disso, muitos empreendedores pagam uma taxa para as operadoras de crédito validarem cartão de crédito do cliente. “[Sem a validação] O empreendedor acha que o dinheiro está liberado e acaba entregando o produto, mas, em alguns casos, o cartão pode ser falso.”
4. Logística
“O fechamento da venda é o momento de ouro do e-commerces”, diz o consultor. Ele destaca que o processo de pós-venda também é importante. A loja deve entregar a mercadoria no tempo combinado. E caso o consumidor teste o produto e não goste, é preciso haver uma logística para que o item seja devolvido.
Muitas vezes o prazo de entrega é o critério de desempate para o cliente indeciso entre uma loja física ou online. “Se eu tenho uma prova e preciso comprar um livro, às vezes o site não me dá a segurança de que o produto vai chegar. Assim, eu saio de casa e vou a uma livraria”, diz Smorigo. Além disso, garante: preços atraentes conquistam o público.
5. Fique de olho nas tendências
O setor de e-commerce continua em crescimento. O volume de pedidos de mercado cresceu 3,9% no primeiro semestre de 2017. No entanto, o que chama mais atenção é o aumento das vendas realizadas por dispositivos móveis. A taxa de crescimento chegou a 35,9% . Os setores que mais se destacam são moda e acessórios, casa e decoração; saúde, cosméticos e perfumaria; eletrodomésticos e telefonia e celulares.
Outra tendência dos negócios digitais são os infoprodutos. “As pessoas acabam perdendo o emprego e tem usado a internet para vender um serviço”, afirma Diego. Os conteúdos mais comuns são vídeos que ensinam como fazer comidas ou como trocar o pneu, por exemplo.
Fonte: “Pequenas Empresas & Grandes Negócios”