No primeiro encontro preparatório para reunião anual do G-20, que será realizada no próximo mês de dezembro, na Argentina, 22 ministros de Finanças e 17 presidentes de bancos centrais do grupo participarão nestas segunda e terça-feira de debates e reuniões bilaterais em Buenos Aires. O objetivo dos encontros é começar a traçar a agenda de assuntos que será levada aos presidentes em dezembro e, por enquanto, deverá incluir questões como a necessidade de impulsionar o financiamento de obras de infraestrutura com um regime de contratos que garanta transparência, a regulamentação das chamadas criptomoedas e o futuro do mercado de trabalho, entre outras.
O governo do presidente Michel Temer será representado pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e pelo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, que neste domingo participou das Reuniões Bimestrais de Presidentes de Bancos Centrais, promovida pelo Bank for International Settlements (BIS) e jantou com o chefe de gabinete do Ministério da Fazenda argentino, Ariel Sigal.
Na manhã desta segunda-feira, Meirelles discutirá a situação da Venezuela com ministros de Finanças da Alemanha, Canadá, Chile, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França Japão, México, Reino Unido, Itália, Peru e Paraguai na sede do Ministério da Fazenda e Finanças da Argentina. À tarde, o ministro brasileiro estará numa sessão do G-20 sobre o futuro do trabalho, e terá reuniões bilaterais com o novo ministro de Finanças do Chile, Felipe Larraín, e com seu colega de pasta da África do Sul, Nhlanhla Nene.
GOLDFAJN: SEM FALAR SOBRE BRASIL
O presidente do BC estará em Buenos Aires na véspera da próxima reunião do Comitê de Política Econômica (Copom), da qual espera-se uma nova redução da taxa básica de juros (Selic, referência para o sistema bancário). Através de seus assessores, Goldfajn informou que não fará comentários sobre o assunto e, de fato, essa foi a condição imposta para conceder, neste domingo, uma entrevista ao jornal argentino “La Nación”: não falar sobre Brasil.
O governo Macri está eufórico com a conquista da presidência do G-20 e os elogios que vem recebendo de organismos e autoridades estrangeiras. Na última sexta-feira, o presidente reuniu-se com a diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, que fez enfática defesa do programa econômico argentino. Já o subsecretário do Tesouro americano para Assuntos Internacionais, David Malpassa, disse neste domingo que os EUA observa “com satisfação” a evolução da economia argentina, mas pediu especial atenção e dedicação à redução do déficit fiscal, uma das prioridades da Casa Rosada.
Ao contrário do Brasil, a Argentina caminha para uma elevação da taxa de juros interna, como parte de uma estratégia do BC local para conter a demanda de dólares, que acentuou-se de forma expressiva nas últimas semanas, obrigando a instituição a realizar várias intervenções no mercado cambial.
Fonte: “O Globo”