O Banco Central confirmou a sinalização dada na semana passada de que deve haver um novo corte da taxa básica de juros da economia, que na semana passada caiu de 6,75% ao ano para 6,5% ao ano, para o menor patamar da Selic na História. Na ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) publicada nesta terça-feira, o BC aponta que vê “como apropriada uma flexibilização monetária moderada adicional”. O documento sugere que haverá mais uma redução de juros na próxima reunião, mas que o movimento seria interrompido nas reuniões seguintes.
“Para a próxima reunião, o Comitê vê, neste momento, como apropriada uma flexibilização monetária moderada adicional. O Comitê julga que este estímulo adicional mitiga o risco de postergação da convergência da inflação rumo às metas. Essa visão para a próxima reunião pode se alterar e levar à interrupção do processo de flexibilização monetária, no caso dessa mitigação se mostrar desnecessária”, diz o documento.
PARADA NOS CORTES
Segundo o BC, após mais uma redução, a avaliação é que seria necessário interromper o movimento para avaliar os impactos da política monetária.
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“Para reuniões além da próxima, salvo mudanças adicionais relevantes no cenário básico e no balanço de riscos para a inflação, o Comitê vê como adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária, visando avaliar os próximos passos, tendo em vista o horizonte relevante naquele momento”.
Em seu comunicado sobre a decisão tomada na semana passada, o BC aponta que há riscos para a inflação de ambas as direções. Por um lado, a inflação pode permanecer baixa influenciada por mecanismos inerciais. Por outro, há o risco de “a frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira” (….) “elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária”. O documento aponta que esse risco se intensifica se houver reversão do cenário externo favorável para economias emergentes.
Fonte: “O Globo”