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Em qualquer desses casos, haveria o risco de violência, de acirramento dos ânimos e até de mortos e feridos. O ambiente ficaria propício a novas e perigosas reações. A PF não entrou nesse jogo e Lula entregou-se, orientado pela prudência e por seus advogados.
Se ainda lhe restar capacidade analítica, o PT dificilmente escolherá Ciro como candidato à Presidência. Primeiro, porque ele tem sido um crítico recente dos petistas. Segundo, porque não foi a São Bernardo solidarizar-se com Lula, diferentemente do que fizeram Guilherme Boulos e Manuela D’Ávila, outros candidatos. Terceiro, porque poderia perder-se durante a campanha com declarações irrefletidas, como ocorreu no passado.
Uma das conquistas do PT é sua liderança na esquerda. Apoiar outro candidato seria perder o protagonismo que essa posição lhe assegura. Caso se tornasse coadjuvante, o vácuo seria preenchido por outras forças. Perderia mais parlamentares no Congresso do que se prevê. P PT se tornaria um partido nanico.
O PT, tudo indica, terá candidato presidencial. Se este não empolgar os convertidos e o partido não chegar ao segundo turno, a sigla se veria na contingência de apoiar Ciro caso ele seja um dos ocupantes desse lugar. Pode também acontecer o inverso, isto é, o PT ir para o segundo turno e Ciro ter de apoiar o nome do respectivo petista.
Se Joaquim Barbosa for o candidato do PSB, virar o curinga que alguns esperam e passar para o segundo turno ao lado de Ciro, o apoio dos petistas iria muito provavelmente para o ex-ministro do STF e não para Ciro Gomes.
É cedo para fazer prognósticos seguros sobre as próximas eleições presidências, mas há situações óbvias. Uma delas seria o PT renunciar à liderança em favor de Ciro Gomes.