Quando se trata de empreendedorismo, os jovens têm coragem para arriscar, mas falta a eles experiência para conduzir um negócio. A sala de aula representa o ambiente propício para direcionar o ímpeto deles e aumentar a possibilidade de acerto em iniciativas nesse sentido.
A opinião é da especialista em educação Laura Laganá, diretora-superintendente do Centro Paula Souza, autarquia do governo do Estado de São Paulo ligada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecanologia, que administra faculdades de tecnologia (Fatecs) e escolas técnicas estaduais (Etecs).
Da parceria entre o Centro Paula Souza e o Sebrae-SP nasceu, em 2014, a Escola de Negócios Sebrae–SP Alencar Burti. Bacharel em matemática,Laura atua há mais de 30 anos no Centro Paula Souza, onde iniciou como professora.
Na conversa com o “Jornal de Negócios”, ela fala sobre como educação empreendedora formal pode contribuir para o surgimento de gestores e profissionais mais qualificados.
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Jornal de Negócios – Qual a importância de o jovem buscar um curso formal de empreendedorismo, como os oferecidos pela Etec e Fatec Sebrae?
Laura Laganá – Os jovens em geral têm características muito favoráveis ao empreendedorismo. São abertos a novas oportunidades e diferentes estilos de vida, têm maior flexibilidade e facilidade para aprender novas tecnologias, além de coragem para arriscar, o que é importante na condução de um negócio.
A educação formal para o empreendedorismo permite organizar e otimizar essas características, especialmente no caso dos jovens, que têm pouca ou nenhuma experiência prática.
Em sala de aula, eles podem ser instrumentalizados para utilizar suas habilidades da melhor maneira possível e colher resultados num prazo menor, correndo menos riscos. O Sebrae-SP é um grande parceiro do Centro Paula Souza na oferta de oportunidades para esse aprendizado.
Jornal de Negócios – Como a educação empreendedora pode auxiliar o aluno mesmo que no futuro ele não seja dono de um negócio?
Laura Laganá – Uma das mais importantes habilidades de um empreendedor é transformar ideias em negócios rentáveis. E isso pode ser feito tanto no próprio negócio, quanto dentro de uma organização. Nos dias de hoje, a atitude empreendedora passou a ter grande relevância no mundo do trabalho. É preciso saber inovar, desenvolver e competir qualquer que seja a posição ou relação de trabalho.
Jornal de Negócios – Como os cursos da Fatec e da Etec podem contribuir para aproximar a teoria da parte prática do empreendedorismo?
Laura Laganá – A educação profissional oferecida pelo Centro Paula Souza está em total sintonia com a dinâmica do setor produtivo. Formamos profissionais capazes de utilizar, desenvolver ou adaptar tecnologias e, com compreensão crítica, beneficiar o processo produtivo, o meio ambiente e a sociedade.
Nas Etecs e Fatecs, as atividades pedagógicas fortalecem o pensamento crítico para a análise de informações e tomada de decisões na vida real. Elas valorizam o trabalho colaborativo, a proatividade e o comprometimento, estimulam a construção de relações interpessoais para o sucesso na vida profissional e também a construção de um projeto de vida e de carreira. Tudo isso é fundamental para a prática do empreendedorismo.
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Além disso, iniciativas como a Feira Tecnológica do Centro Paula Souza (Feteps) e o Desafio Inova são oportunidades para os alunos apresentarem modelos de negócios e pitches desenvolvidos em sala de aula, que são possíveis embriões de futuros empreendimentos.
Jornal de Negócios – Quais os índices de empregabilidade dos estudantes que cursam a Etec e Fatec em São Paulo?
Laura Laganá – Nove em cada dez egressos das Fatecs estão empregados em até um ano depois de formados. No caso das Etecs, são três em cada quatro.
Jornal de Negócios – Qual a mensagem final que a senhora deixa para os jovens que queiram estudar empreendedorismo?
Laura Laganá – Que aproveitem para cultivar as características de arrojo, criatividade e facilidade de compreender novas linguagens, próprias da juventude, e as potencializem investindo na sua formação, especialmente no início de carreira.
Fonte: “Pequenas Empresas & Grandes Negócios”