Os petroleiros desafiaram o Tribunal Superior do Trabalho (TST), que declarou ilegal a greve, e anunciaram em nota nesta quarta-feira o início de uma paralisação de 72 horas em refinarias, plataformas, terminais e fábricas de lubrificantes. Na terça-feira, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) considerou o movimento ilegal e estipulou multa de R$ 500 mil por dia aos sindicatos, após ação ajuizada pela Petrobras e a Advocacia-Geral da União (AGU).
De acordo com os petroleiros, não há parada na produção neste momento. Segundo informações do G1, caminhões de combustíveis deixavam a Refinaria de Duque de Caxias (Reduc) nesta manhã.
A lista de reivindicações dos petroleiros inclui a redução dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis e a saída imediata do atual presidente da Petrobras, Pedro Parente. O movimento também é contrário a uma possível privatização da empresa.
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Estariam paralisados os seguintes terminais: Reman (AM), Abreu e Lima (PE), Regap (MG), Duque de Caxias (Reduc, RJ), Paulínia (Replan), Capuava (Recap), Araucária (Repar), Refap (RS), além da Fábrica de Lubrificantes do Ceará (Lubnor), da Araucária Nitrogenados (Fafen-PR) e da unidade de xisto do Paraná (SIX). Também não houve troca dos turnos, segundo a FUP, nos terminais de Suape (PE), Paranaguá (PR) e Bacia de Campos (RJ).
Segundo o diretor da Federação Única de Petróleiros (FUP) e Presidente do Sindicato de Petroleiros de duque de Caxias (Sindipetro Caxias), Simão Zanardi Filho, após a realização de uma assembleia, na noite desta terça-feira, os funcionários decidiram iniciar a greve.
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– Os trabalhadores da refinaria do grupo B, que é uma das turmas que trabalham em revezamento de turno, decidiram que, nesse momento, irão cortar a rendição. Ou seja, eles não vão entrar para trabalhar. Irão aguardar os ônibus e retornarão para casa, e agora começa a greve na Reduc. A nossa greve, no momento, é uma grande advertência, não tem parada de produção. Queremos com essa greve levar para a população a mensagem de que é preciso abaixar o preço dos combustíveis no país – afirmou Simão, se referindo a gasolina, óleo diesel e GNV.
Sobre a decisão do TST, Simão afirmou que ainda não recebeu nenhuma notificação sobre a proibição da greve.
– Não desconhecemos essa decisão. Não fomos notificados ainda. Se formos notificados,vamos expor essa decisão para os trabalhadores e para a nossa assessoria jurídica, que também dará um posicionamento. Então os trabalhadores terão que decidir, sabendo que toda decisão tem uma consequência – completou Simão, que ainda disse que a produção não será paralisada.
Fonte: “O Globo”