Foi durante o curso de gestão ambiental na Universidade de São Paulo, na virada da década, que a empreendedora Mayura Okura, 31 anos, se interessou pelo tema da gestão de resíduos no Brasil. “Havia toneladas de detritos provenientes de empresas que poderiam ser reutilizadas, mas que eram destinadas incorretamente para os aterros”, diz.
Sua grande sacada foi perceber que aquilo que era lixo para uma empresa poderia se transformar em matéria-prima para outra: bastava encontrar uma maneira de conectá-las.
Em 2012, com um investimento de R$ 200 mil, fundou em São Paulo a B2Blue, um marketplace que conecta geradores de resíduos com potenciais compradores — sejam eles sucateiros, empresas de reciclagem ou indústrias. “Temos o maior big data de resíduos no Brasil, com informações e preços de mais de 8.000 tipos de detritos diferentes”, diz.
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Mensalmente, são comercializadas mais de 700 mil toneladas, o que representa mais de R$ 800 milhões em negócios — a B2Blue cobra uma taxa sobre cada transação. Hoje, são aproximadamente 60 mil usuários cadastrados.
Entre eles, estão gigantes como Ambev, Tecnisa, Toyota e Unilever. Com o crescimento do banco de dados e da expertise, a B2Blue passou a oferecer, em 2017, serviços de consultoria. “O big data é o coração da empresa. Ao aproveitar essa inteligência de dados, conseguimos desenvolver soluções personalizadas para os clientes.”
Para 2018, o faturamento previsto é de R$ 12 milhões — eles não revelam o de 2017, pois a empresa passa por um processo de valuation.
Nos últimos cinco anos, a B2Blue recebeu aportes de investidores-anjo no valor de R$ 7 milhões.
Fonte: “Pequenas Empresas & Grandes Negócios”