Pela primeira vez na eleição presidencial, os marqueteiros terão de respeitar regra pela qual 75% do tempo do programa eleitoral deve ser destinado exclusivamente ao presidenciável. Os apoiadores só poderão aparecer nos 25% restantes. A novidade jogou a campanha num limbo. Há dúvidas sobre se os candidatos terão de aparecer o tempo todo ou se os marqueteiros podem usar imagens narradas por eles. Ou se o vice poderá dividir esse tempo do presidenciável. Se isso for vedado, o PT terá problemas caso insista com Lula. A solução será dada pelo TSE conforme o andamento da campanha.
Lei Falcão. A divisão do tempo no programa eleitoral causa outra preocupação. Quem vai fazer a campanha negativa? Como o presidenciável terá maior presença, sobrarão poucos segundos para o contraponto caso ele não queira se expor diretamente.
Veja também:
Motta: “Maioria dos eleitores não se vê representada pelo Congresso”
Leandro Paz: “Compra de votos altera objetivo principal da eleição”
Fernando Schuler: Você sabe o que é vetocracia?
O fim do MMA. A nova regra eleitoral só permite aos candidatos fazerem críticas administrativas e apresentarem propostas na sequência. O objetivo é evitar o que ocorreu em 2014, quando a campanha de Dilma Rousseff desconstruiu a da candidata Marina Silva.
À espreita. Advogados especialistas em direito eleitoral recomendam que os ataques fiquem fora do programa de TV e rádio para evitar o direito de resposta. O que pode ajudar candidatos-alvo como Jair Bolsonaro, que tem nove segundos, a abocanhar o tempo dos seus concorrentes.
Repeteco. Ao contrário dos candidatos do Centro, o PT não vai centrar fogo em Jair Bolsonaro. Prefere enfrentar o candidato do PSL no segundo turno.
Na ponta da língua. O presidenciável Henrique Meirelles (MDB) prepara vacinas para o primeiro debate televisionado, na quinta. O entorno do candidato sabe que associações ao governo Temer serão inevitáveis e o aconselham a lembrar que atuou em outros governos.
Linha cruzada. O presidenciável Alvaro Dias (Podemos) tem um homônimo, o prefeito de Natal, Álvaro Dias (MDB). Os dois se hospedaram, domingo, no mesmo hotel em Brasília, o que deixou as telefonistas confusas. Passaram o dia atendendo ligações de um para o outro.
+ Denis Rosenfield: Percepções do novo
Alerta… O bom desempenho nas pesquisas de Paulo Skaf (MDB) em redutos como Campinas e em parte da zona sul, que tradicionalmente vota no PT, despertou a preocupação de aliados do tucano João Doria, com quem disputa o governo de São Paulo.
…vermelho. Esses mesmos aliados avaliam que o emedebista cresce porque o PSDB não entrou com vontade na campanha. Uma ala ainda não teria perdoado Doria pelo bate-boca com Alberto Goldman e outra aguarda Alckmin entrar de verdade nas agendas.
CLICK. Manuela d’Ávila já tuitou sobre o acordo para ser vice do vice de Lula, mas não atualizou o perfil nas redes sociais. Ainda diz ser pré-candidata à Presidência.
Luz, câmera… O governo vai encaminhar ao TSE um pedido de autorização para lançar uma campanha publicitária de divulgação do Disque 191, número para atender acidentados em rodovias. A ideia é apresentar o material antes do feriado de 7 de setembro, quando as rodovias estarão cheias.
Tá quase. O presidente Michel Temer quer discutir com a equipe jurídica da Presidência, no fim de semana, os vetos ao projeto de lei de proteção de dados. O prazo se encerra dia 14. Ele tem sido aconselhado a vetar trechos, como o que cria a agência reguladora.
Fonte: “O Estado de S. Paulo”