Em um momento em que o país ainda caminha vagarosamente para sair da crise econômica e a indefinição marca o cenário político, o Fórum Nacional, que acontece quinta e sexta-feira, no BNDES, no Rio, vai discutir a reestruturação da previdência pública, os investimentos em infraestrutura e as próximas eleições. O economista Raul Velloso, que preside o encontro, destaca que o principal problema do país continua sendo o desequilíbrio fiscal, mas ressalta que a diminuição do orçamento para obras compromete ainda mais a retomada do crescimento.
– A crise fiscal e a crise da infraestrutura são duas faces da mesma moeda. O problema fiscal, que é basicamente de previdência, está de um lado. Do outro está o fato de que os investimentos em infraestrutura desabaram nos últimos anos – explica o economista. – Com os elevados gastos em previdência e em custeio da máquina, o espaço para investir foi desaparecendo.
Leia mais:
Raul Velloso: Negociar é a saída
Maílson da Nóbrega: O Tribunal de Contas da União na contramão
Armínio Fraga: “O quadro fiscal não dá margem para procrastinação”
Para Velloso, é preciso pensar em obras com enfoque plurianual:
– Só assim os projetos vão ter dinheiro para começar e terminar, e não apenas para servir de vitrine eleitoreira.
Em dois dias de debate, o Fórum Nacional vai abordar tanto a agenda nacional como a situação dos estados, discutindo, por exemplo, a atual crise financeira do Rio. Entre os participantes dos painéis estão o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (MDB); o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT); o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Wader de Oliveira e o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega. O discurso de abertura será do presidente do BNDES, Dyogo Oliveira.
O evento é organizado pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae).
Fonte: “O Globo”