Depois de atuar durante 15 anos como uma agência de comunicação 360 graus, a Flex Interativa, de São Paulo, mudou de foco. Os sócios Fernando Godoy e Marcelo Rodiño, ambos com 46 anos, decidiram reposicioná-la como produtora de experiências digitais para o mercado corporativo.
Hoje, a empresa fatura R$ 1,5 milhão com o desenvolvimento de projetos de realidade virtual para clientes como Novartis, SAP e Dow Chemical.
A Flex assina, por exemplo, a apresentação do novo sistema de automação de postos de combustíveis da Ipiranga e uma campanha da Mosaic Fertilizantes para mostrar como um produto específico atua na lavoura. “A realidade virtual democratiza a experiência da mesma forma que a internet democratizou a informação. É possível transportar o consumidor para qualquer lugar”, diz Godoy.
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Elementos 3D, cenários e programação são criados na plataforma de desenvolvimento de jogos Unity. Para eventos corporativos, a empresa leva estações com sensores de movimentos, óculos de alto desempenho e notebooks. Um dos sensores permite a quem está no ambiente virtual usar as mãos para interagir com objetos.
Os projetos customizados custam entre R$ 50 mil e R$ 170 mil. Em 2018, a Flex planeja lançar um game de realidade virtual para shoppings e soluções para educação corporativa. “Queremos ter produtos de prateleira para ganhar escala”, afirma Godoy.
Outra empresa que passou recentemente a focar em realidade virtual é a Oniria, fundada há 15 anos em Londrina (PR). Especializada no desenvolvimento de soluções de simulação virtual e engajamento nos segmentos de agricultura, óleo e gás, mineração, defesa, logística e saúde, a empresa conta com projetos implantados em 12 países. “Se a simulação envolve percepção espacial, a realidade virtual é mais eficiente do que outras tecnologias”, afirma Rodrigo Martins de Souza, 36, cofundador da empresa.
A Oniria criou um simulador para tratar fobia de altura, além de ambientes virtuais para pessoas com fobia social, claustrofobia e medo de falar em público: tudo parte de uma pesquisa em psicologia e análise do comportamento da UEL (Universidade Estadual de Londrina).
Os projetos da Oniria, que custam entre R$ 50 mil e R$ 100 mil, são desenvolvidos na plataforma própria Virtua Workshop e podem ser criados tanto para estações de realidade virtual avançadas como para dispositivos móveis mais simples. Em 2017, a empresa faturou R$ 2,5 milhões.
Outras empresas que faturam com realidade virtual
Virtuatech Engenharia
Especializada na área de treinamento, a empresa fundada em 2007, em Pindamonhangaba (SP) oferece equipamentos e desenvolvimento de software de capacitação com interação entre homens e objetos. “Um exemplo é um programa sobre instalação de cabeamento em postes para uma empresa de energia”, diz Renato Cescon dos Santos, 35 anos, cofundador.
Em ambiente virtual, os operadores executam rotinas do trabalho, como o alçamento por caminhão até o topo do poste. Esses treinamentos têm custo inicial de R$ 6 mil e podem chegar a R$ 100 mil. A Virtuatech iniciou o ano com capital de R$150mil e prevê triplicar esse valor até o fim de 2018.
Beenoculos
A empresa curitibana destacou-se em 2015 ao ser a primeira brasileira a adaptar smartphones para experiências em cenários virtuais por um baixo custo. Em 2017, passou a usar a expertise no desenvolvimento de hardware, software e conteúdo na criação de novos negócios.
Um exemplo é a BeeMedical, joint venture com o médico Wagner Pádua Filho, de soluções para a área médica. No próximo evento da Associação Brasileira de Franchising, estreia a BeeTools, para ensinar idiomas. “Vamos dar mais rapidez e melhorar o curso do aprendizado”, diz o cofundador José Evangelista Terrabuio Júnior, 48 anos, que já fechou 12 contratos de franquia.
Fonte: “Pequenas Empresas & Grandes Negócios”