Há poucos dias, o Presidente Lula ofereceu asilo a uma mulher condenada à pena de morte por apedrejamento no Irã. Seu pedido foi rejeitado pelas autoridades daquele país, sob o argumento de que nosso presidente, homem de bom coração, não tinha informações suficientes sobre o caso. Uma forma elegante de chamá-lo de ingênuo. Como a Secretária Clinton já havia da mesma forma classificado seus esforços para a solução da crise atômica iraniana, Lula conseguiu, enfim, um consenso no complicado eixo Washington-Teerã: os esforços diplomáticos brasileiros são ingênuos!!!
Talvez seja por isso que estamos colecionando derrotas atrás de derrotas ao tentar emplacar brasileiros nos organismos internacionais.
Não sei por que essa fixação brasileira em ser amigo do Irã. Que o Presidente e seus companheiros de partido flertam com regimes autoritários não é novidade para ninguém, mas fazê-lo a custa de constrangimentos a países que são tradicionais parceiros do Brasil não é sequer ingenuidade, é estupidez.
Esta semana, Lula constrangeu a Presidente Kirchner ao apoiar o Irã. Esqueceu-se que a Argentina sofreu, em 1994, um atentado terrorista contra uma entidade judaica que matou 85 pessoas e que teve, como um dos mentores intelectuais Ahmad Vahidi, um iraniano que – pasmem – é o atual Ministro da Defesa de Ahmadinejad e que está na lista de captura da Interpol.
Nossa Constituição estabelece que as relações internacionais brasileiras são regidas, dentre outros princípios, pelo repúdio ao racismo e ao terrorismo. Está na primeira página, no artigo 4º.
Como se sabe, o governo de Teerã nega o holocausto e quer varrer Israel do mapa. Como já escrevi, não podemos apoiar países que desrespeitam nossos valores. Se o Presidente fez alarde quando sancionou o Estatuto da Igualdade Racial, deveria, também, saber que o Supremo Tribunal Federal, em julgamento histórico de 2002 (HC 82.424-2), entendeu que a ‘negação de fatos incontroversos como o holocausto equivalem à incitação ao descrímen com acentuado conteúdo racistas’.
Ao apoiar Ahmadinejad, Lula apóia um governo racista. Ao apoiar Ahmadinejad, Lula apóia um governo com um ministro procurado pela Interpol por ato terrorista e racista.
O Brasil precisa dar um basta a tanta ingenuidade.
Foto: Reprodução (Wikipédia)
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