Foto: Guilherme Santos
Por Fábio Colletti Barbosa
Nesse início de ano, é comum ouvir sobre educação financeira principalmente do ponto de vista de planejamento. É um período que contas como IPTU, IPVA, matrícula da escola, se acumulam e muitas pessoas se enrolam. Mas a verdade é que o Brasil mudou muito dos últimos anos e hoje precisamos falar de falar de educação financeira tanto para as pessoas que estão com o orçamento apertado ou até inadimplentes quanto para os investidores que na busca por melhores retornos podem acabar metendo os pés pelas mãos.
O acesso aos serviços financeiros é considerado um pilar tão importante da construção da cidadania, que atualmente ele faz parte de um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) desenvolvido pela ONU.
Com mais educação financeira, as pessoas vão entender melhor cada tipo de crédito e qual é mais adequado para a sua situação. Há muitos anos, eu gostava de comparar o crédito com uma viagem entre São Paulo e Salvador por exemplo: você pode fazer esse trajeto de avião, de ônibus, mas dificilmente você fará essa viagem de táxi. Correto? Assim, é com o crédito existem diversas opções, cada uma com sua finalidade específica. Você não vai usar o cheque especial para comprar um carro, por exemplo.
No caso de financiamento a Pessoas Físicas, o Crédito Consignado, Financiamento Imobiliário, Financiamento de Veículos, dentre outros, se tornaram muito mais acessíveis nesses últimos anos, com importante queda nas taxas e alongamento de prazos. As fintechs, com toda sua tecnologia e inovação, têm desempenhado um papel importante de acesso ao crédito e à novas formas de investimento. São novas alternativas que se apresentam.
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Do lado dos investidores, houve muita mudança também. É importante analisar a trajetória das taxas de juros no país. Hoje, estamos com a menor Selic da história e isso só foi possível, porque estamos fazendo a nossa lição de casa do ponto de vista econômico: aprovação da reforma da previdência, maior cuidado com as contas públicas, uma série de reformas envolvendo temas de microeconomia.
Os ganhos financeiros já não são tão garantidos como nos períodos de alta da Selic. Com isso vejo muita gente buscando novas formas de investimento e muitas pessoas não fazem uma análise criteriosa. Conheço pessoas que acabaram levando prejuízo seguindo indicações de supostos especialistas que dizem ter segurança quanto à tendência para o dólar ou para determinada ação, mesmo num cenário cheio de incertezas e muitas variáveis. Investir não é só olhar o retorno, é preciso que cada um entenda o seu perfil (conservador, moderado ou arrojado), o tempo (curto, médio, ou longo prazo), e sua necessidade de liquidez.
Seja na renegociação de dívida ou no investimento, sua decisão será melhor quanto mais informação e conhecimento você tiver daquela operação.
O crédito, quando bem usado, pode ser uma ferramenta para te ajudar a conquistar um sonho, assim como o investimento pode te dar tranquilidade no futuro. Ter educação financeira e aprender a usar bem esses instrumentos podem fazer sua vida muito melhor.