A Cora está dando mais um passo para se tornar referência em serviços financeiros para empresas de pequeno e médio porte, que ficam depois do microempreendedor individual (MEI) e antes da grande empresa.
A fintech recebeu nesta semana uma licença do Banco Central para operar como uma Sociedade de Crédito Direto (SCD). A Cora agora se prepara para lançar recursos como um cartão de crédito e de débito para pequenas e médias empresas.
O início da Cora
O empreendimento foi criado pelos empreendedores Igor Senra e Leonardo Mendes. Anteriormente, eles se inspiraram na gigante PayPal e criaram a empresa de pagamentos online Moip. A startup brasileira cresceu e o grupo europeu Wirecard a comprou em 2016.
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Senra e Mendes passaram a procurar mercados menos saturados, como o atendimento a PMEs. O que diferencia a Cora dos grandes bancos é o atendimento apenas para a pessoa jurídica, na visão de Senra. Um exemplo de empreendimento similar em terras americanas é o Brex, fundado pelos também brasileiros Henrique Dugubras e Pedro Franceschi.
A Cora recebeu recentemente um aporte de US$ 10 milhões. O investimento foi liderado pelo fundo de investimentos KaszeK, criado por fundadores do marketplace Mercado Livre e investidor de fintechs como Contabilizei, Creditas, Nubank e Warren. Completaram a injeção de recursos o fundo Ribbit Capital (Brex, Conta Azul, Nubank e Warren) e investidores-anjo.
A fintech usou os recursos para construir seu produto e para criar canais de aquisição de empreendedores. No final de abril, passou a divulgar sua ferramenta nas lojas de aplicativos e focar na aquisição de usuários. Alguns serviços já oferecidos pela instituição de pagamento são conta digital, emissão de boletos, pagamento de contas e transferências bancárias.
O público-alvo da Cora são empreendimentos com faturamento bruto anual próximo a R$ 4,8 milhões – o limite permitido pelo regime de tributação Simples Nacional. A fintech tem 5 mil PMEs cadastradas e entre 500 e 1.000 delas estão ativas no aplicativo.
Planos para 2020
A Sociedade de Crédito Direto (SCD) permite que a Cora forneça serviços sem depender de outras instituições que tenham licença para eles. Por exemplo, os boletos até então eram gerados por meio de uma parceria com o Banco do Brasil. Há fintechs que optam por atuar apenas nessa intermediação de serviços, o que se chama de correspondência bancária. “Queríamos revolucionar a indústria, então não dava para trabalhar por meio de outras instituições financeiras”, diz Senra.
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Primeiro, a Cora terá seu próprio endereço bancário. Isso permite transferências diretamente para uma conta da fintech. Por enquanto, é preciso gerar um boleto para realizar o depósito.
Em segundo lugar, a Cora poderá oferecer serviços de crédito. Até o final deste mês, a fintech planeja lançar cartões de crédito e de débito para PMEs. “Vemos um mercado ainda muito subpenetrado no crédito para pequenas e médias empresas. Vimos nesta pandemia como a estrutura criada pelo governo não conseguiu distribuir recursos para todos os negócios”, diz Senra.
Por fim, a licença como SCD também traz uma validação de segurança vinda do Banco Central. Segundo a Cora, os recursos depositados pelos usuários ficam hospedados com o próprio BC. Em caso de saques em massa, a instituição não tem como barrar tais pedidos.
A Cora projeta alcançar 10 mil clientes ativos até o final de 2020. A fintech tem metas tão ambiciosas quanto a demanda das PMEs por crédito, especialmente nestes tempos de pandemia.
Fonte: “Pequenas Empresas, Grandes Negócios”