O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira que a chamada Carteira Verde-Amarela será voltada para ao menos 30 milhões de trabalhadores que hoje recebem o auxílio emergencial. Contratações feitas pelo novo regime terão menor incidência de encargos trabalhistas.
Segundo Guedes, o governo descobriu, ao pagar o benefício a informais, 38 milhões de “invisíveis” — pessoas vulneráveis que ainda não estavam em programas sociais.
Desse total, a maioria, afirma o ministro, é formada por empreendedores, que se beneficiariam do incentivo à formalização. O restante — entre 8 a 10 milhões — são pessoas mais pobres, que seriam alvo do novo Renda Brasil.
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— Descobrimos 38 milhões de invisíveis. Entre esses invisíveis, 8, 9, 10 milhões são realmente muito pobres. Já os outros 30 milhões, 25 a 30 milhões, são empreendedores, trabalhadores por conta própria, é gente que está se virando ganhando a vida. Vai ser objeto próximo de nosso programa verde e amarelo, exatamente para dar dignidade a essas pessoas que lutam e estão completamente desassistidas pelo Estado. Eles são invisíveis realmente, nós nem sabíamos o número dessas pessoas — afirmou Guedes, durante audiência pública da Comissão Mista de acompanhamento da crise do coronavírus.
Como o Globo mostrou, a divisão entre dois grupos de beneficiários do auxílio emergencial faz parte da estratégia da equipe econômica para atender a esse público, após o fim da ajuda.
Guedes afirmou que os novos programas devem ser lançados de “dois a três meses”, quando o governo espera que o período crítico da pandemia terá passado.
— Nós vamos estar anunciando, dentro de dois, três meses, os novos programas, o Renda Brasil, o programa Verde-Amarelo. Programas sociais importantes para estimular a retomada de crescimento — disse o ministro.
Fonte: “O Globo”, 30/6/2020