O gás natural pode gerar investimentos de até R$ 45 bilhões no Estado do Rio de Janeiro, de acordo com estudo inédito feita pela Firjan. O volume inclui o total de recursos que podem ser gerados com a atração de indústrias de alimentos, vidros, siderurgias e fertilizantes, além da ampliação do uso do gás em veículos leves e pesados.
Para isso sair do papel, diz o presidente da Firjan Leste Fluminense, Luiz Cesio Caetano, é preciso que o marco regulatório do setor (a PL 6407) seja aprovado pelo Congresso, a exemplo do que ocorreu com o saneamento. O novo marco vai trazer maior concorrência no setor, permitindo que as empresas privadas tenham acesso aos gasodutos e a outras infraestruturas, como terminais de processamento de gás.
— Hoje o gás está vinculado apenas à energia elétrica. A ideia do estudo é apontar as oportunidades para o uso do gás em outros setores de consumo, com a atração de indústrias de vidro, cerâmica, alimentos e ampliar o uso do GNV. Mas, para isso, é preciso aprovar o marco regulatório do setor que está dentro do programa do governo Gás para Crescer. Sem isso, não vamos conseguir destravar os investimetos — afirma Caetano.
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O documento “Rio a todo gás” aponta que o gás pode ter um papel estratégico na retomada econômica do Rio no pós-pandemia. Do potencial de investimento, o setor de fertilizantes pode atrair até R$ 23 bilhões em investimentos no Rio. O setor de transporte também é apontado pela Firjan, podendo receber meio bilhão de reais.
Além das iniciativas em âmbito federal, é necessário medidas a nível estadual. Caetano lembra que o governo do Estado precisa regulamentar a mercado livre, com a criação de regras para que indústrias possam escolher seu fornecedor de gás.
Caetano observou ainda que a Agenersa, agência responsável por implementar novas regulações para o mercado do gás natural no Rio, está com vagas em aberto em seu conselho.
— Todas essas ações precisam ser trabalhadas de forma conjunta. Hoje, parte do gás está sendo reinjetado nos poços e poderia estar sendo consumido, gerando empregos e arrecadação — afirma Caetano.
Segundo o estudo, a cada 1 milhão de metros cúbicos consumidos por dia pelas indústrias do Rio é gerado R$ 60 milhões em ICMS e R$ 20 milhões em royalties e participação especial para os cofres públicos.
Fonte: “O Globo”