O volume de serviços prestados no Brasil cresceu 2,9% em agosto, na comparação com julho, segundo divulgou nesta quarta-feira (14) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar de engatar a terceira alta seguida, o setor ainda não conseguiu eliminar as perdas com a pandemia e passou a acumular queda recorde de em 12 meses.
Em 3 meses, o setor acumulou crescimento de 11,2%. O resultado, porém, ainda não foi suficiente para recuperar o tombo de 19,8% entre fevereiro e maio.
Segundo o IBGE, o volume de serviços segue 9,8% abaixo do patamar de fevereiro, mês que antecedeu o início das medidas de isolamento para contenção do coronavírus.
Na comparação com agosto de 2019, o volume de serviços recuou 10%, a sexta taxa negativa seguida nessa base de análise.
Perda de 9% no acumulado no ano e queda recorde em 12 meses
No acumulado no ano, setor ainda tem queda de 9% frente ao mesmo período do ano passado. Em 12 meses, a perda ficou em 5,3%.
“A taxa dos últimos 12 meses recuou 5,3% em agosto de 2020, mantendo a trajetória descendente iniciada em janeiro de 2020 e chegando ao resultado negativo mais intenso da série deste indicador, iniciada em dezembro de 2012”, informou o IBGE.
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Segundo o IBGE, o volume de serviços no país está 19,8% abaixo do pico da série histórica da pesquisa, registrado em novembro de 2014.
Setorialmente, 4 das 5 atividades mostraram avanço no volume de serviços em agosto, com destaque para serviços prestados às famílias (33,3%) e para os transportes (3,9%).
Recuperação e perspectivas
O setor de serviços tem sido um dos mais abalados pela pandemia de coronavírus e tem apresentado uma recuperação mais lenta do que a observada no comércio e na indústria, sobretudo nas atividades que envolvem atendimento presencial.
Após o tombo recorde no 1º semestre, a economia tem mostrado uma reação no 3º trimestre. A recuperação, porém, tem se mostrado desigual entre os setores.
Na semana passada, o IBGE mostrou que as vendas do comércio cresceram 3,4% em agosto. Com o resultado, o setor atingiu o maior patamar de vendas em 20 anos, superando em 8,9% o patamar pré-pandemia.
Já a indústria avançou 3,2% em agosto, engatando a 4ª alta seguida, mas ainda permanece 2,6% abaixo do nível visto em fevereiro, antes das paralisações e restrições para conter a pandemia.
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A estimativa atual do mercado é de um tombo de 5,03% do PIB em 2020 e alta de 3,5% em 2021, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. Já o Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta um tombo de 5,8% da economia brasileira em neste ano.
Analistas apontam que o desemprego elevado, a perspectiva de término dos programas de auxílio e as incertezas sobre a saúde das contas públicas e andamento da agenda de reformas são os principais desafios para a manutenção do ritmo de recuperação da economia.
Fonte: “G1”, 13/10/2020
Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil