Com um crescimento de 34% desde o ano passado, o movimento das Fintechs começou no Brasil há cerca de 20 anos, com a chegada das corretoras de investimento e gestão financeira, como são os casos da Ágora, da Órama e da XP. Outra frente que protagonizou o início das Fintechs no país foi a de empresas de pagamento na internet, como a Pagseguro e a Braspag.
Para entender esse processo, o Millenium ouviu Eduardo Salvatore, engenheiro de produção e CEO da Pandapay. Ouça o podcast.
“No início do século a gente já começa a ver um movimento de digitalização, de saída da oferta desses produtos principais dos grandes bancos, um mercado extremamente concentrado no Brasil, uns 4 ou 5 principais bancos de varejo, detentores da grande parte de usuários e de serviços”, contou.
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Eduardo, que atua principalmente no estudo do papel da tecnologia blockchain no mercado de Fintechs, explica que o Banco Central ajudou bastante com a SPB, o sistema de pagamentos brasileiros, abrindo o mercado.
Além disso, a queda da exclusividade das maquininhas de cartão teve um grande impacto no mercado.
“Uma maquininha tinha que operar com uma bandeira específica, era o caso da Visanet e Redecard, que depois viraram a Cielo e a Rede, que hoje ainda são os dois principais players do mercado de adquirência [responsável por capturar o pagamento, transmiti-lo às bandeiras de cartão e liquidar a transação no banco], mas com essa queda da exclusividade vimos um boom das adquirências e logo mais à frente, um boom das subadquirências, para realmente penetrar aí o pagamento com plástico, cartão, débito e crédito, no Brasil como um todo”, lembrou.
Apesar de estar cada vez mais presente na vida do brasileiro, a palavra Fintech ainda gera estranhamento para algumas pessoas. Mas afinal, o que são Fintechs? Nas palavras de Eduardo Salvatore, “Fintechs são empresas que têm algum viés de serviço financeiro, na oferta de produtos ou serviços, que utilizam tecnologia como fator de diferenciação e maior vantagem competitiva para ganho de mercado e aquisição de cliente”, explicou.
As principais categoria de Fintech hoje são as de marketing, marktechs; de regulação, regtechs; de propaganda, proptechs; de seguro, insurtechs; de investimento, wealthtechs; entre outras. Para Eduardo, os neobankings se destacam nesse mercado: “Com certeza, hoje, são os que têm maior capilaridade do usuário final. Temos o Nubank anunciando 20 milhões de usuários”, defendeu.
As Fintechs trazem competitividade para o mercado, geram empregos e são responsáveis pela bancarização de uma porcentagem alta da população, que não tinha acesso aos serviços bancários.
“O Brasil tinha 45 milhões de desbancarizados que transacionavam em torno de 800 bilhões ao ano. Hoje, as carteiras digitais e os próprios neobankings estão tentando bancarizar essas pessoas que estavam à margem”, pontuou Eduardo.
Webinário Exclusivo
Na próxima segunda (16), às 18 horas, o Clube Millenium abordará o tema “A Revolução das Fintechs” em um webinário exclusivo para assinantes, com a participação de Dennis Wang, Executivo de tech company e investidor, com passagens pela Easy Taxi e Nubank, e Haroldo Vieira, Head de Large Enterprises do PayPal Brasil. A mediação será feita pela CEO do Millenium, Priscila Pereira Pinto.
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