Dois anos depois de anunciar seus compromissos no âmbito de questões ambientais, sociais e de governança (ESG, pela sigla em inglês), o Itaú Unibanco revisou suas metas em relação ao tema. Dessa vez estabeleceu que vai separar R$ 400 bilhões em crédito para iniciativas que promovam a economia sustentável e inclusiva até 2025, por meio de financiamento para as empresas e operações no mercado de capitais, modalidade que tem crescido no mundo todo por conta da maior demanda por investidores por papéis com esse apelo.
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Segundo a diretora-executiva integrante do Comitê Executivo responsável pelo Jurídico e Relações Corporativas do Itaú Unibanco, Leila Melo, o banco integrou a classificação utilizada internacionalmente, além daquela da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), para estabelecer critérios em relação ao tema. “Vimos nesse processo que questões sociais não têm um peso muito grande em outros países (mais desenvolvidos), mas que no Brasil isso deve ter uma relevância maior”, diz.
A instituição definiu os seguintes setores como prioritários: energia renovável, saúde e educação, infraestrutura, papel e celulose e agronegócio. Segundo a instituição financeira, os R$ 400 bilhões que devem ser desembolsados até 2025 estão divididos entre financiamentos e operações de mercado com selo ESG, na proporção aproximada de 60% e 40%, respectivamente.
A superintendente de Relações Institucionais, Sustentabilidade e Negócios Inclusivos do Itaú Unibanco, Luciana Nicola, afirma que há um time dedicado à análise ESG, mas que o objetivo é que essa área não seja mais separada. “Cem por cento das nossas operações passam pela análise de ESG”, comenta. Hoje o escrutínio em relação a esse tema é profundo e que, quando necessário, a análise é individualizada.
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Participação zerada
A executiva comenta que não faz parte da linha de atuação do banco excluir setores de sua carteira de crédito, mas que a barreira para a aprovação de um financiamento sobe conforme o setor de atuação. Em carvão, por exemplo, as renovações não estão ocorrendo e a exposição da instituição financeira tende a ser zerada. O mesmo vem ocorrendo no setor de fumo.
Nos setores mais sensíveis, o trabalho tem sido de ajudar para que os mesmos fiquem dentro dos parâmetros, tanto em relação à redução dos níveis de emissão de gás carbônico quanto a outras questões dentro da temática ESG. “O intuito é ajudar a os colocarem dentro dessa meta e cultura ESG. Não adianta virar as costas para um setor e não ajudá-lo a evoluir”, diz Luciana.
Fonte: “Estadão”, 16/06/2021
Foto: Daniel Teixeira/Estadão