As necessidades humanas foram esquematizadas na famosa Pirâmide de Maslow, com a demonstração, a partir dos estudos originários dela, de que as pessoas humanas só atingem os elevados patamares da criatividade e da realização pessoal após satisfeitos os requisitos básicos de sobrevivência, tais como a alimentação, descanso, saneamento, entre outros.
Ou seja, as capacidades humanas que são desenvolvidas para a inovação tecnológica, para a criatividade artística, para a eficiência no trabalho e para o aproveitamento educacional, só podem ser estimuladas por meio de uma rede articulada de iniciativas e políticas públicas que visem à superação das mais essenciais carências, inerentes a todo ser humano.
A pena de Graciliano Ramos em “Vidas Secas” e as tintas de Portinari nos “Retirantes” são ilustrações simbólicas dessas trevas desumanizantes, que tão mal fazem à Sociedade. Personagens que de tão carentes de quaisquer elementos mais fundamentais à condição digna confundem-se com a paisagem agreste, com os animais esquálidos e com a vegetação inerte.
O único objetivo que os mantém vivos é a luta pela sobrevivência. Buscam a superação, ainda que inconscientemente, dos primeiros degraus daquela pirâmide… E nessa jornada incessante, toda a energia criativa, inerente à condição humana, é desperdiçada. Quantas ideias, quantas soluções, quantas inovações não se perderam nas brumas da exclusão social?
Sabedora de todas essas capacidades malversadas, e no sentido de aprofundar a proteção social efetiva que a iniciativa privada, ao condensar as propostas estabelecidas pela ONU nos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODSs), instituiu enquanto requisito necessário à viabilidade de qualquer empreendimento, o Pilar “ESG” (“Environment, Social, Governance”).
Como três facetas de um mesmo corpo, as letras “ESG” preconizam a satisfação das mais fundamentais necessidades humanas, liberando a criatividade e a livre iniciativa de cada pessoa.
O entendimento de que as iniciativas “ESG” devem compor uma rede coordenada que possua em seu centro focal a pessoa humana é essencial para que sejam superados os estados de exclusão e carestia social, franqueando a cada ser humano, com suas peculiaridades e características, contribuir com seu trabalho e suas ideias no sentido de engrandecer a atividade inovadora em que a bioeconomia humanizadora seja a tônica do desenvolvimento social.
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