Para o dicionário Webster`s (2001), a definição de logística consiste em “a arte de calcular; razão; aspecto da ciência militar que lida com procedimentos de compras, manutenção e transporte de recursos materiais militares; movimentação detalhada de uma operação; sinônimo de estratégia”.
Ao verificar o significado da palavra estratégia, como complemento à primeira definição tem-se: “a ciência que lida com conceitos políticos, econômicos e psicológicos, empregando conceitos das ciências militares, para maximizar as ações das nações em busca da paz; uma conjunto de planos e métodos; sinônimo de tática; logística”. Seriam a logística e a estratégia áreas complementares?
As definições acima expostas são essenciais para avaliar um debate em evolução nos meios acadêmico e organizacional (contemplando as indústrias, empresas de serviços e governo), quanto ao entendimento dos fundamentos da logística empresarial. Bem como nas ciências econômicas e as suas linhas do pensamento ortodoxa e heterodoxa, com direcionamentos distintos sobre as funções do governo e mercado, a logística vem caminhando para um entendimento complexo das suas áreas do conhecimento.
Estes preceitos demonstram a maturidade do debate quanto ao correto emprego da logística. No entanto, a proposta deveria ser para um fortalecimento dos conhecimentos gerados e não na criação de sub-áreas. Se no passado, a área de tecnologia da informação era vista apenas como suporte para possíveis problemas funcionais nos computadores e como “help-desk”, hoje é compreendida como uma função estratégica, em busca da maximização de resultados.
Da mesma forma, a logística deve ser estudada e desdobrada nas organizações. Se há alguns anos, as compreensões eram isoladas sobre estoques, transportes e demanda, hoje evolui-se para a gestão da cadeia de suprimentos, como vertente estratégica, com foco na realização de investimentos e maior retorno para os acionistas. Entende-se que esta área é vital para os processos das organizações governamentais e de serviços, porém, com uma linguagem conhecida como “gestão de operações”.
Enquanto a gestão da cadeia de suprimentos cuida dos processos industriais, preocupando-se por exemplo, com a infraestrutura rodoviária, ferroviária, aeroportuária, portuária e dutoviária, como uma visão macro-funcional, a gestão de operações estaria mais centrada na dinâmica interna das organizações. Percebe-se uma simbiose de funções e não por vertentes excludentes. Assim sendo, por que não centralizar todo este conteúdo para a temática da gestão da cadeia de suprimentos? Por que não criar um novo nome: gestão das operações e suprimentos?
Para alguns acadêmicos e executivos, se no passado a área de Organizações, Sistemas e Métodos foi uma unanimidade para o desenho de processos, hoje, foi suprimida pelas demandas da reengenharia de processos e produção, com vários especialistas no tema desaparecendo do mercado. Não se pode dizer o mesmo para a gestão da cadeia de suprimentos, dada a sua complexidade e demandas variadas.
Para um país como o Brasil, com inúmeros problemas em sua infraestrutura e tão carentes por organizações com excelência em suas operações, nada melhor do que a gestão da cadeia de suprimentos, verdadeiramente entendida e gerando valor para a sociedade, em função de processos internos e externos viáveis, pensados estratégicamento para o curto e longo prazo.
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