*PEDRO URSO
A inovação é uma condição essencial na dinâmica da realidade contemporânea eafeta vários setores da economia. Em um país, a inovação é promovida por transformações e rupturas na vida econômica. Essas mudanças fundamentais criam as condições necessárias para novos progressos, nos quais grandes corporações se tornam pilares do desenvolvimento econômico, por meio da acumulação criativa e do conhecimento especializado em nichos de mercado, além de sua capacidade de inovar (SCHUMPETER, 1997).
A inovação tecnológica provoca uma alteração no equilíbrio econômico, mudando os padrões de produção e permitindo que as empresas se destaquem. Assim, a inovação é vital para o progresso econômico de uma região ou nação.
Em uma análise histórica, Posner observou que, ao lançar um novo produto, as empresas estabeleciam um monopólio exportador em seu país de origem até que concorrentes imitadores entrassem no mercado (POSNER, 1961; https://academic.oup.com/oep/article-abstract/13/3/323/2360192). O estudo demonstrou empiricamente que a inovação técnica em um país estimula o comércio por um certo período, até que o resto do mundo reproduza essa inovação.
De maneira similar, Robert Freeman, ao investigar a indústria de plásticos, concluiu que o avanço técnico resulta em liderança na produção desse setor, uma vez que patentes e segredos comerciais oferecem proteção ao inovador por um período específico.
Quando um produto inovador começa a ser replicado, fatores mais tradicionais de ajuste e especialização passam a influenciar os fluxos comerciais. A pesquisa de Freeman também revelou que a liderança da Alemanha nas exportações do setor químico estava atrelada a grandes investimentos em pesquisa e desenvolvimento, enquanto o domínio dos Estados Unidos no mercado global de bens de capital eletrônicos resultava de sua vantagem tecnológica nesse segmento.
Esses estudos levaram Freeman a concluir que o intervalo temporal entre inovadores e imitadores está positivamente relacionado à continuidade do fluxo de inovações pelos inovadores e à fragilidade das externalidades necessárias para a inovação nos países imitadores.
No âmbito empresarial, investigações realizadas com líderes de empresas exportadoras sobre a influência da inovação tecnológica na competitividade internacional indicaram que a diferenciação do produto é percebida como um fator mais crítico do que o preço. Importadores europeus, entrevistados na década de 1990 pelo Science Policy Research Unit da Universidade de Sussex, afirmaram que cerca de 60% de suas importações eram compostas por produtos considerados únicos, nos quais o preço não era o principal critério de decisão (TIGRE, 2002 https://www.scielo.br/j/rec/a/wpPV8PFVfcCKD6Y5xHzgpNB/).
Esses estudos evidenciam a importância fundamental da inovação nas tendências econômicas globais, refletindo-se até mesmo na vida cotidiana. Um exemplo claro é o mercado de smartphones, que transformou os antigos modelos de celulares. Com telas sensíveis ao toque, design moderno e sistemas operacionais inovadores, essa tecnologia revolucionou a forma como interagimos com dispositivos móveis.
Após o surgimento dos smartphones, os Estados Unidos, responsáveis por essa inovação, mantiveram sua liderança no setor por várias décadas, culminando no fortalecimento da Apple, que se tornou a maior empresa do mundo neste século. Em contrapartida, as empresas que não se adaptaram a essa mudança e continuaram a produzir modelos obsoletos rapidamente perderam espaço no mercado, sendo forçadas a se reinventar ou a desaparecer.
Nesse contexto, Schumpeter enfatiza: “As transformações do Capitalismo contemporâneo exigem que as organizações inovem continuamente, sendo relevante, muitas vezes, para a sobrevivência delas, que se adaptem às novas demandas, criando novos produtos, serviços e processos” (SCHUMPETER, 1997, p. 95).
Mises analisa a essência e os impactos da administração burocrática da economia, comparando-a à administração voltada para o lucro no setor privado. Ele sustenta que a burocracia é intrinsicamente ineficaz e atua como um impedimento ao progresso e à inovação.
As mudanças no mundo atual exigem que as organizações estejam em constante inovação, o que muitas vezes se torna crucial para sua sobrevivência, obrigando-as a se adaptar às novas demandas e a desenvolver novos produtos, serviços e processos.