“Não é possível discutir racionalmente com alguém que prefere matar-nos a ser convencido pelos nossos argumentos.”
(Karl Popper)
As recentes declarações do presidente Obama reacenderam o debate sobre o confronto entre Palestina e Israel. Todos gostam de emitir opinião sobre o assunto, mesmo sem embasamento. Não pretendo entrar na questão histórica em si, até porque isso foge da minha área de conhecimento. Mas gostaria de colaborar com o debate pela via econômica. Do meu ponto de vista, há muita inveja do relativo sucesso israelense. A tendência natural é defender os mais fracos. Isso nem sempre será o mais justo.
O antissemitismo é tão antigo quanto o próprio judaísmo. Os motivos variaram com o tempo. Mas, em minha opinião, não podemos descartar a inveja como fator importante. A prática da usura era condenada pelos católicos enquanto os judeus desfrutavam de sua evidente lógica econômica. Shakespeare retratou o antissemitismo de seu tempo em seu clássico “O mercador de Veneza”, em que Shylock representa o típico agiota insensível. Marx, sempre irresponsável com suas finanças, usou os judeus como bode expiatório para atacar o capitalismo. O nacional-socialismo de Hitler foi o ponto máximo do ódio contra judeus.
Vários países existem por causa de decisões arbitrárias de governos, principalmente após guerras. Israel é apenas mais um. Curiosamente, parece que somente Israel não tem o direito de existir. Culpa-se sua existência pelo conflito na região, sem levar em conta que os maiores inimigos dos muçulmanos vêm do próprio Islã. O que Israel fez de tão terrível para que mereça ser “varrido do mapa”, como os fanáticos defendem?
Israel é um país pequeno, criado apenas em 1948, contando hoje com pouco mais de sete milhões de habitantes. Ao contrário de seus vizinhos, não possui recursos naturais abundantes, e precisa importar petróleo. Entretanto, o telefone celular foi desenvolvido lá, pela filial da Motorola. A maior parte do sistema operacional do Windows XP foi desenvolvida pela Microsoft de Israel. O microprocessador Pentium-4 foi desenvolvido pela Intel em Israel. A tecnologia da “caixa postal” foi desenvolvida em Israel. Microsoft e Cisco construíram unidades de pesquisa e desenvolvimento em Israel. Em resumo, Israel possui uma das indústrias de tecnologia mais avançadas do mundo.
O PIB de Israel, acima de US$ 200 bilhões por ano, é muito superior ao de seus vizinhos islâmicos. A renda per capita é de quase US$ 30 mil. Apesar da pequena população e da ausência de recursos naturais, as empresas israelenses exportam mais de US$ 50 bilhões por ano. A penetração da internet é uma das maiores do mundo. Israel possui a maior proporção mundial de títulos universitários em relação à população. Lá são produzidos mais artigos científicos per capita que em qualquer outro país. Israel tem o maior IDH do Oriente, e o 15o- do mundo.
Não custa lembrar que tudo isso foi conquistado sob constante ameaça terrorista por parte dos vizinhos, forçando um pesado gasto militar do governo. Ainda assim, o país despontou no campo científico e tecnológico, oferecendo enormes avanços para a humanidade.
Quando comparamos a realidade israelense com a situação miserável da maioria dos vizinhos, fica mais fácil entender parte do ódio que é alimentado contra os judeus. Claro que fatores religiosos pesam, assim como o interesse de autoridades islâmicas no clima de guerra. Nada como um inimigo externo para justificar atrocidades domésticas. Mas as gritantes diferenças econômicas e sociais sem dúvida adicionam lenha à fogueira.
Como agravante, Israel é uma democracia parlamentar, enquanto a maioria dos vizinhos vive sob regimes autoritários que ignoram os direitos humanos mais básicos. Isso para não falar das gritantes diferenças quanto às liberdades femininas.
Israel não é um paraíso. Longe disso. Seu governo comete abusos que merecem repúdio. Mas, perto da realidade de seus vizinhos islâmicos, o contraste é chocante. Será que isso tem alguma ligação com o ódio a Israel e o constante uso de critérios parciais na hora de julgar os acontecimentos na região? O sucesso costuma despertar a inveja nas almas pequenas, vide o antiamericanismo patológico que ainda sobrevive na esquerda latino-americana.
Em tempo: O ministro brasileiro da Ciência e Tecnologia deveria aprender com Israel como produzir tecnologia de ponta, com ampla abertura econômica e investimento em educação, em vez de tentar resgatar o fracassado protecionismo, no afã de estimular a indústria nacional.
Fonte: O Globo, 31/05/2011
Amigo!
A grande maioria das pessoas não é antissemita, é antisionista. Que é muito diferente. Israel não é um país pra se ter inveja. É um acampamento militar avançado dos EUA, estratégicamente colocado. Com trilhões de dólares despejados lá(como Alemanha e Japão após a guerra)pelos sionistas que controlam os EUA, qualquer país cresce e se torna potência. A preocupação do mundo no momento é com o extermínio do Povo Palestino e do Povo Líbio.
Israel recebe grande parte do seu capital em forma de doações dos EUA e UE, a Alemanha até hoje paga uma cifra meteória por ano para os fundos de Israel, é um estado que sozinho não iria a praticamente lugar nenhum.
Qualquer um com um mínimo de conhecimento de geografia social saberia disso e nunca sondaria uma hipótese absurda dessas.
O único ministério Brasileiro que teria alguma coisa a aprender com Israel é o da defesa
Engraçado alguêm falar tão abertamente de uma bomba alheia mas que não passa nem perto de estourar no seu quintal.
Agora se fosse o autor parente de algum refugiado Palestino que ainda tem em seu nome (legalmente) a escritura de um terreno confiscado hoje avaliado em milhões porque nela ah uma filial da Intel e outra da Coca-Cola, garanto que “Inveja” ia ser a última coisa que ele iria sentir.
Pois eu DUVIDO, que o Rodrigo Constantino, seja o autor desse texto. E, se o fez,o fez por encomenda de alguém. Reduzir a rejeição ao Holocausto Palestino a inveja seria o mesmo que acusar o mundo de invejar de Hitler. Rodrigo Constantino, pelo menos, até agora, não demosntrou precisar desse tipo de subterfugios. Ao autor, informo que não, o mundo não inveja Israel, isso seria uma admiração as avessas e o mundo não admira assassinos de crianças e nem piratas em nações alheias. Acabou meu espaço.
Rodrigo Constantino, não é o autor desse texto! Eu DUVIDO!
Ninguém, normal, confundiria rejeição a genocídio com inveja do genocida.
Se o Brasil, com sua imensa pontecialidade, fosse 10% do que Israel é, teria dado certo !
Já que Israel é isso tudo por que não deixa os palestinos terem o próprio estado, conforme determinação da ONU ?????
Caro Rodrigo,
Deixo-lhe um conselho.
Estude! E muito. Principalmente história.
Comece pelo Burns.
Depois ouse falar sobre OM.
Caso contrário pensarei que tu és um analfabeto funcional.
Rodrigo
A questão do “ódio” a Israel, como você diz, é muito mais complexa do que a simples inveja do mundo árabe. Os palestinos já se revoltavam contra a “invasão” judaica ainda na década de 30. Para eles seu território foi ocupado. Já ouvi gente, para justificar, dizendo que aquela terra era dos judeus. Sim, no século 2 DC o Imperador Adriano os expulsou de lá. Se formos pensar assim, com o antigo dono tendo todos os direitos, vamos começar a fazer as malas e devolver o Brasil para os…
No pós guerra, os EUA, em conjunto com a Inglaterra e a França, criaram o Estado de Israel e deram-lhe a melhor parte do território PALESTINO, sem ao menos indenizar, conversar aqueles que tiveram suas terras invadidas. Foi um o equívoco criminoso para esses dois POVOS, que até hoje se degladiam, e eles continuam vendendo armas.
Hoje, Israel, é ponta de lança dos EUA e …, na região.
Se tivessem criado Estados independentes na época, não teriam como obrigar o Estado de Israel fazer o que faz…
No texto diz que…o sucesso costuma despertar a inveja nas almas pequenas…serve perfeitamente para o autor do blog, Rodrigo Constantino, que em seus monologos cheios de odio na internet ataca sem cessar o Lula e agora a Dilma…alma pequena,inveja do sucesso alheio…o autor olha para sim proprio.
Não concordo em tudo com o Rodrigo Constantino.
Ler o Haaretz e seus colunistas talvez abra melhor os olhos, e entenda melhor a mecÂnica do Oriente Médio, indico o Carlo Strenger, israelense,e claro judeu.
Muito cômodo se esconder na sombra do anti-semitismo e ocultar na fundação de Israel o martírio dos palestinos, e também para encobrir o racismo explícito, vide o Avigdor Lieberman.
Israel é o posto avançado dos EUA no Oriente Médio, como disse o Noam Chomsky, o cão de guarda da região para os interesses Yankees.
Não se nega que o país é sim um polo de tecnologia de ponta, tem avanços significativos científicos e aproveita bem as remessas de dólares enviada pelos EUA, algo que provavelmente aqui no Brasil seria difícil.
Por sorte os próprios israelenses são críticos e uma boa parte da população reconhece o erro cruel cometido contra os palestinos.